31.12.09

Feliz 2010



Com os votos dos Designers Justiceiros para que 2010 seja ainda melhor!!

Fontes: Trajan e Zapfino

19.12.09

Natal Pornográfico

Apesar da correria de fim de ano e das escassas postagens, estou aqui de novo para uma postagem natalina.

O ano chegando ao fim e eis que me locomovendo no ônibus me deparo com um certo bus-door de caráter extremamente grosseirio. Quando vi, fiquei pensando quem colocaria uma imagem tão fálica num anúncio, mas depois percebi que realmente não havia ambiguidade nenhuma, era mesmo um anúncio de sex shop.

Escandalizado com a falta de sutileza da mensagem, não poderia deixar de compartilhá-la com nossos colegas e leitores. Ficam algumas perguntas: será que não havia nada menos explicíto para anunciar? Será que só dá para anunciar produtos de sex shop apenas com a simulação de uma genitália? Porque no Brasil bunda vende tudo, exceto papel higiênico e supositório (apud Guix)?

Aqui está, para vosso julgamento.

17.11.09

Design vernacular é o futuro

Enfim, meus caros, / dadas as comemorações sobre o Dia do Designer, estive meditando no alto de uma montanha sobre a nossa profissão, e me lembrei de uma foto tirada em 2001, em Praia Seca, Araruama (sede da maior lagoa de água salgada do planeta). Ando muito nostálgico, eu sei... Deve ter sido alguma coisa que eu comi. Skiny ou Doritos original, não sei.



Não são peixes, são galinhas. Qualque um pode afirma isso com um mínimo de certeza na voz.

Mas... A informação lá está.

Dado o cenário atual de inversão de autonomias (o enfraquecimento dos gatekeepers e o privilégio da produção massificada sobre a produção monopolizada), pergunto-me se o designer deixará de ser um profissional para se tornar uma função. Comunicar não é assim tão extraordinário. Até outro dia era um conhecimento estancado por poucos. A discussão deve ir além do modus faciende (porque qualquer um hoje em dia faz) e ir além, em direção às justifictivas. Mas... mesmo as justificativas não são mais tão necessárias... Recentemente fiquei abismado com uma campanha sobre combustíveis cuja marca é um sinal de infinito e cuja justificativa era que a "qualidade era infinita". Ah, bom! Achei que fosse por outro motivo menos óbvio e mais metafísico.

Em resumo... Não há sequer mais espaço para engodo. A comunicação se tornou o próprio engodo. E como tecnicamente qualquer um pode enganar, cá estamos... Planeta Terra, cheia de coisas. Cheinha de designers.

Como o ato faz do sujeito um identificado perante os seus, poderá não ser um título outorgado pelo tempo gasto apreendendo, aquilo que definirá o designer..., mas a sua práxis em um contexto, seja qual for sua formação.

O que vocês aí do outro lado da telinha acham? Caminhamos de mãos dadas para o 2012 do Design?

14.11.09

O ovo ou a galinha?

Noticiando a situação favorável brasileira para investimentos e oportunidades de emprego, eis que duas revistas apresentam suas capas na mesma semana.



Apreciem e julguem!

13.11.09

VERGONHA!

\ É deveras envorgonhante e me causa repulsa narrar o fato!

Conforme constatei no DIA NACIONAL DO DESIGN (sobre o qual ainda devo tecer novos comentários brevemente), a casa dos Designers mais combativos do território nacional perdeu o seu layout (!?!!). Como pode?

Uma semana depois, nada mudou.

Agora, há lacunas brancas por todos os lados, onde antes haviam belos funis binários (?), parafusos (??) e atendentes de telemarketing. O que aconteceu?

Tudo bem que o layout antigo não era lá essas coisas, mas agora escancaramos a esculhembação. Será que teremos que contratar um sobrinho micreiro para fazer nosso webdesigner por R$ 1,99?

Será esse o fim dos Designers Justiceiros? Será que eles foram finalmente vencidos pela falta de regularização do Desing? A marca da Kitanga e o viagra da TV Brasil passarão impunes? O Dragão amarelo do yaksoba rosa rirá por último?

Ao que tudo indica, a resposta é SIM!

Faço minhas as palavras ditas ao novo estagiário da usina de Itaipu, no início da semana:
— "O último que sair apague a luz".

8.11.09

Ajabranding


Mudando um pouco de assunto para aquilo que fazemos de (pior) melhor.
(Ok, é meio antiguinha, da última viagem a Fiepag, em 2003, mas... devagar também é pressa...)

5.11.09

Dia nacional do Design (e também Dia nacional da ciência e da cultura e Dia nacional do Cinema Brasileiro). E quanto ao dia do palhaço?

\ Hoje é dia nacional do Design! Vivas! Parabéns a todos os designers!

Nada mais justo do que comemorar a data com os gatos-pingados que lêem os boletins ocasionais desta página. Instituida há onze anos em um país que até hoje não sabe o que é Design, a data ainda causa confusão na cabeça dos próprios designers. Afinal, é dia do Design ou dia do designer (como temos o dia do médico, e não da medicina)? É dia do Design ou dia da Cultura? E dia 11 de novembro, é o que, afinal? E quando é o dia nacional do palhaço?

Achei um texto no google de anos passados que parece sanar um pouco a confusão. Esse texto encontra-se replicado em vários sítios, mas não consegui descobrir a autoria. Aquele que souber, por gentileza entre em contato que darei os devidos créditos de justiça.

No dia 19 de outubro de 1998, o então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assinou um decreto instituindo o dia 5 de novembro como o Dia Nacional do Design, que começou a vigorar a partir da data de sua publicação no Diário Oficial, o dia 20 de outubro do mesmo ano.

Esta data foi instituída em homenagem a um defensor do design no Brasil, o advogado, artista plástico, designer e planejador brasileiro Aloísio Magalhães, nascido em 5 de novembro de 1927.

Sendo um dos designers mais importantes de sua época, Aloísio desenvolveu projetos conhecidos nacional e internacionalmente, como a identidade visual da Petrobras (alterada há alguns anos), o desenho das notas do cruzeiro novo e o símbolo do IV Centenário do Rio de Janeiro. Participou do grupo de vanguarda "O Gráfico Amador" em Recife, na década de 60. Na mesma época, ganhou os principais concursos brasileiros de desenho de símbolos. Em 1962, participou da criação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) e, em 1980, assumiu a Secretaria de Cultura do MEC.

Alóisio Magalhães sempre defendeu conceitos como a "brasilidade" do design e a recuperação da memória artística e cultural brasileira e foi sem dúvida, uma das figuras mais importantes da história do design brasileiro. Entre seus trabalhos, o design das notas do cruzeiro novo é um dos mais conhecidos. Aloísio acabou com o conceito de "pé" e "cabeça" do dinheiro, criando uma moeda individualizada e reconhecida como inovadora mundialmente e influenciando todo modo de produção monetário no Brasil desde então.

O design brasileiro e a indústria nacional têm muito a agradecer ao empenho de Aloísio Magalhães, pois foi por esforço dele que hoje podemos identificar um avanço no entendimento do significado do design pelo empresariado. Este entendimento vem se reafirmando pelos resultados vivos obtidos pela indústria nacional através da efetiva inserção do design nos processos produtivos como ferramenta fundamental no desenvolvimento de seus produtos e, pela sensível percepção dos resultados traduzidos na rentabilidade da produção, na racionalização de processos, na melhor adequadação de materiais e na preocupação com o impacto dos produtos no meio ambiente.

A mistura de todos estes fatores remete a uma produção caracterizada pelos diferenciais necessários para o aprimoramento do padrão de qualidade do produto nacional e para o bom desempenho na sua comercialização nos mercados interno e externo. A busca pela "brasilidade" nos produtos como identidade começou com a visão futurista do designer Aloísio Magalhães e vem se reafirmando a cada dia através do esforço dos profissionais de design e do bom entendimento da indústria.

Confira, abaixo, o decreto que instituiu o Dia Nacional do Design:

DECRETO DE 19 DE OUTUBRO DE 1998 Institui o "Dia Nacional do Design", e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso II, da Constituição, DECRETA:

Art 1º Fica instituído o "Dia Nacional do Design ", que será comemorado no dia cinco de novembro de cada ano.

Art 2º Caberá ao Comitê Executivo do Programa Brasileiro do Design – PBD a coordenação das atividades relacionadas à comemoração do "Dia Nacional do Design".

Art 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de outubro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.
\ Parabéns então aos designers brasileiros (não sei se dá para parabenizar o Design nacional). E também aos cineastas brasileiros e aos bravos defensores das ciências e da cultura, tão aviltadas nesse país. Sim, parabéns a todos, já que nosso querido ex-presidente, tão letrado e instruído, não conseguiu pensar em nenhuma outra data que estivesse vaga e tivesse relevância para a comemoração. Mas tudo bem, é uma bela homenagem a um importante representante da área
no país.

E parabéns para mim mesmo, na qualidade de Designer, cineasta/cinéfilo, culto e ciente de que sempre termino minhas postagens com uma bobagem feito esta.

28.10.09

"Desingner" Nãaaaooo!!!

\ Postagem urgente e de última hora!

Nosso correspondente Beluga acaba de dar entrevista para o telejornal do meio-dia da TV Brasil sobre o Dia Internacional da Animação, diretamente da redação e ao vivo.

Durante a entrevista, em momentos de enquadramento de plano próximo sobre nosso dileto colega, eis que, como de praxe, aparece abaixo de seu rosto um insert gráfico com seu nome e, abaixo, a profissão: Desing [sic.].

Chocado com o erro grosseiro, me perguntava se isso mereceria uma postagem ou não (afinal, infelizmente esse erro é corriqueiro). Mas eis que, dois minutos depois, a imagem retorna para o Beluga e o operador resolve corrigir a situação, mudando a profissão do Desing para Desingner [sic, sic, siiiiic.... socorro!]. Ou seja: muito provavelmente a TV Brasil não contratou nenhum designer para trabalhar no departamento de videografismo da emissora.

É por isso que não 'regularizam' a profissão. Nem a TV pública sabe o nome que ela tem!

E desconfio que Beluga se apresentou como designer (e não como animador), com receio de incluirem abaixo do seu nome "animador de festa", ou ainda "palhaço" (afinal, em cadastro de locadora sempre dá na mesma, animador e palhaço).

Últimas atualizações:
Por telefone, Beluga afirmou não saber da situação aviltante por estar ocupado com outras coisas, como dar entrevista e tentar lembrar qual o nome dos filmes apresentados na reportagem. Ele confirmou ter gravado um VT para a edição da noite do jornal. Pedimos então aos nossos colaboradores que inundem as caixas de mensagens da TV Brasil com críticas e confiram se o nome da nossa profissão será escrito corretamente, logo mais.

É hoje! Dia Internacional da Animação e lançamento da revista Interstícios


\ A mostra principal do Dia Internacional da Animação acontecerá HOJE em um dos principais, maiores e mais tradicionais cinemas do Rio de Janeiro - o Cine Odeon BR - seguida de coquetel no local, conforme a programação abaixo:

19h30 – Sessão Internacional
20h30 – Sessão Nacional
21h30 – Coquetel. Lançamento da revista Interstícios.

Entrada Franca em todas as sessões. Classificação: 16 anos.

Durante o coquetel, será lançada a revista Interstícios, de pesquisa acadêmica sobre arte sequencial (quadrinhos, animação, cinema, jogos...). A publicação é da editora Pão e Rosas, do Rio de Janeiro. Dois Designers Justiceiros assinam a edição e textos do número de estreia, e outros dois estarão circulando pelo local (devidamente escamoteados, logicamente).

O Dia Internacional da Animação acontecerá simultaneamente em mais de 400 cidades pelo Brasil afora. Se você não está no Rio de Janeiro hoje, verifique a programação da sua cidade no website http://www.diadanimacao.com.br/

E o dia de hoje já começou animado, com Marcelo Marão (animador, designer e prof. de pós-graduação da PUC-Rio) produzindo uma animação de desenhos ao vivo no programa de Ana Maria Braga, em meia hora (entre 9h - 9h30, veja o link com um trecho editado da entrevista).

É isso aí! Os DJ's também são muito mais você...

23.10.09

Nós e você

Diretamente do portal de um dos maiores jornais do país...


Isso é que é senso de oportunidade hein?

22.10.09

Começa HOJE! Foi dada a largada no Dia Internacional da Animação no Rio de Janeiro

\ Começam hoje, no Rio de Janeiro, as comemorações do Dia Internacional da Animação. Antecipando a data da celebração (28 de outubro), nesta quinta-feira teremos as sessões especiais para deficientes visuais, no Instituto Benjamin Constant, na Urca.

Instituto Benjamin Constant
Av. Pasteur, n° 350/368 - Urca
Rio de janeiro

O público nesta data será formado pelos deficientes audiovisuais do próprio instituto: desde crianças até idosos. Também foram convidadas outras escolas e o SESC-RJ. A sessão é aberta, com entrada franca e a sala tem capacidade para 220 pessoas. As mostras são específicas; diferentes da sessão oficial do DIA.



Dia Internacional da Animação 2009 (Thomas Larson, 2009).

Estará presente nas sessões o cineasta de animação e organizador do evento no Rio de Janeiro Marcelo Marão, que apresentará os curtas e os debaterá com a platéia. Um dos curtas animados selecionados para a sessão infantil é de autoria do próprio Marão (Seu dente e meu bico, projeto selecionado pelo edital Curta Criança: Animação), que se diz ansioso para descobrir como foi feita a adaptação da obra e acompanhar a recepção do público.

Além do debate, Marão tentará desenhar para os deficientes visuais após a sessão. "Ainda não sei como; estamos tentando descobrir um modo de fazer caricaturas do público em alto relevo". Sem dúvida, um excelente começo para uma semana que promete ser bastante animada. 

Útimas atualizações:
A exibição da sessão infantil com videodescrição que ocorreu hoje no Instituto Benjamim Constant foi um sucesso. Além dos filmes e dos comentários, Marão fez caricaturas das crianças em relevo, com cola colorida, permitindo assim que elas visualizassem os desenhos. Depois de algum tempo, todos se animaram e começaram a fazer seus próprios desenhos. Foi uma experiência interessantíssima, de deixar mais leve qualquer coração.

E as comemorações do Dia Internacional da Animação continuam. Saiba mais em http://abca.org.br/dia/.

E essa postagem já caducou!

16.10.09

Design (Pós-Moderno) de "Sombrancelhas"

Inspirado pelos últimos posts e motivado pelo tema em questão, especialmente pela discussão sobre design de "sombrancelhas" (sic!) onde Dinnaps e Fábio Lopes ilustraram muito bem a situação, fiquei imaginando como seria sua vertente pós-moderna.
Segue abaixo minha visão sobre o tema:

9.10.09

Design brasileiro Made in China

\ Desde que exportamos o Guilherme Xa.. er, digo, o designer Bruno Porto para a China, imaginamos que algo assim pudesse acontecer. Mas os tempos eram outros, mais ingênuos, tempos de novelas do Miguel Falabela com música em chinês (?) de Ney Matogrosso, e do pico de vendas dos pendrives em forma de penduricallhos.

Pela primeira vez na história do Design tupiniquim teremos uma bienal de Design Gráfico promovida pela ADG acontecendo não em São Paulo, mas em... Xangai! O evento antecederá o Congresso Mundial do Icograda (o Conselho Internacional de Associações de Design Gráfico), sediado este ano em Pequim. Saibam mais no release abaixo.

Em Outubro, a ADG Brasil – Associação dos Designers Gráficos e o Consulado-Geral do Brasil em Xangai levarão pela primeira vez à Ásia a mostra Bienal Brasileira de Design Gráfico.

A 9ª edição do maior evento de design da América do Sul apresenta 283 projetos criados nos últimos anos por uma ampla gama de profissionais Brasileiros – das grandes agências a designers recém-formados. Selecionados por alguns dos profissionais e acadêmicos mais respeitados do país, os projetos foram divididos em 9 categorias criadas pela curadora Cecilia Consolo, que fará a palestra de abertura no Raffles Design Institute de Xangai em 14 de Outubro, às 18h.

A 9ª Bienal Brasileira de Design Gráfico irá integrar a 2009 Shanghai International Creative Industry Week que acontece de 15 a 21 de Outubro e espera receber cerca de 200.000 visitantes. Este evento anual conta tradicionalmente com a presença de países como Holanda, Dinamarca, Japão, Austrália e Alemanha, com suas mostras de design, publicidade, arquitetura, mobiliário e moda, e rodadas de negócios entre o empresariado chinês e fornecedores estrangeiros. A Bienal contará com visitas guiadas em Chinês, Inglês e Português e uma série de palestras gratuitas para apresentar o design gráfico brasileiro. Entre os palestrantes, o editor da Taschen Books Julius Wiedemann, o professor da USP Luli Radfahrer, o tipógrafo Luciano Cardinali e o designer gráfico Bruno Porto.

A mostra prossegue a Pequim, onde fará parte da programação de exposições do Congresso Mundial do Icograda, o Conselho Internacional de Associações de Design Gráfico. O congresso será realizado na Academia de Belas Artes da China entre 24 e 30 de Outubro, reunindo mais de 100 palestrantes de 20 nacionalidades diferentes e cerca de 2.000 designers do mundo todo. Entre os palestrantes, destacam-se o norteamericano Sol Sender, responsável pela campanha de Barack Obama, o veterano argentino Ronald Shakespear e o premiado designer paulista Kiko Farkas, autor da Marca Brasil. Entre as exposições do Congresso destaca-se também a mostra itinerante Dingbats Brasil – que já esteve no Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Florianópolis, Bogotá, Mérida e Xangai – apresentando um panorama da produção de alfabetos pictóricos que resgatam e registram aspectos da cultura Brasileira – música, religião, arte, esporte, culinária e o próprio design – em "fontes ilustradas" de variados estilos e linguagens. Em Pequim, serão apresentados também os resultados do workshop Brazilian Chinese Hybrid Design, que será realizado por estudantes chineses e designers brasileiros em Xangai, misturando elementos visuais de ambas as culturas.

9ª Bienal Brasileira de Design Gráfico na China
2009 Shanghai International Creative Industry Week
15 a 21 de Outubro de 2009, das 9h às 17h30800
Changde Road, Building 3

Icograda World Design Congress - Beijing
24 a 30 de Outubro de 2009, das 8h às 19h
CAFA - Central Academy of Fine Arts
4th Floor Gallery, Building 7

\ Sim, meus caros. O Brasil agora exporta designers e também soluções em Design gráfico para a China. Em breve veremos esses projetos voltando — plagiados em embalagens de eletrônicos de qualidade duvidosa e em marcas de pastelarias e restaurantes orientais que vendem yakisoba rosa.

Nada me tira da cabeça que, de certo modo, isso seria uma justa retribuição por aquela marca da Logomídia/Maxmídia com o dragão. Aliás, percebo que nossos leitores/comentaristas são verdadeiros profetas do apocalipse em potencial (e viva a "regularização do Desing" [sic, sic]).

1.10.09

Ao som de Noel...


E visto que nas terras de Noel Rosa eu me deparo com essa marca comemorativa me questiono... estamos comemorando 137 anos de vila Isabel e 53 alguma coisa do que??

Vocês tem idéia?

Deixo os comentários com vocês...

28.9.09

Buchicho nos bastidores da moda

É desesperador quando um cliente resolve ser criativo a partir de um trabalho de um designer. O pior ainda é quando o designer ou escritório em questão não é nem consultado. Pois é, na última semana fiquei sabendo de um caso muito curioso ligado a criação da marca do Fashion Rio.

O caso foi que o escritório de design de moda/web/produto/gráfico/etc. OESTÚDIO (é isso mesmo),desenvolveu a marca da última edição do evento. O Fashion Rio, que vem se consolidando no Rio de Janeiro passou por uma série de mudanças e portanto justificou a mudança no visual. Porém, segundo o pessoal d’OESTUDIO, a polêmica marca (muitos desgostam, preferem a versão anterior) foi pensada apenas para o uso naquela edição do evento, mas a empresa Inbrands, detentora da marca e de outras também importantes no setor, pretendia utilizar o material e torná-la a marca oficial, apesar de não ter sido projetada, estudada e testada para tal.

Marca do Fashion Rio desenhada pelo OESTÚDIO

Tá, até aí morreu Neves, pois não chega a ser incomum que isso aconteça. O ponto desta história é que de repente surgiu uma versão da marca “inspirada” naquela desenvolvida pelo escritório para outros eventos associados ao Fashion Rio. O furo se deu pelo fato de que quem atualiza o site da Inbrands é o próprio OESTUDIO. Conclusão: está armada a confusão, pois o escritório não foi consultado e seu trabalho estava sendo indevidamente apropriado.

Estas são informações de bastidores, mas precisam ser anunciadas para que todo mundo possa entender melhor as ciladas em que podemos cair pela falta de um contrato claro. A questão aparentemente ainda não foi resolvida e o escritório deverá buscar alguma conciliação.

Porém é preciso que os designers e clientes saibam e tenham muito claro quais os serviços que estão sendo contratados e o quais os direitos e obrigações de cada um. Um sistema de identidade visual, assunto recorrente aqui no blog, exige um tempo de estudo detalhado das aplicações, para que sejam identificados os possíveis problemas antes da marca vir a público. Enquanto as aplicações estiverem sob controle dos designers tudo bem, pois eles têm formação para resolver possíveis problemas visuais, mas uma marca institucional passa a ser usada pela empresa no dia-dia e deve ter sido muito bem estudada e possuir um manual claro que especifica o que pode e o que não pode, para que um leigo seja capaz de utilizá-la.

"Releitura" da marca do Fashion Rio em uma das sub-marcas, feita sem a participação d'OESTÚDIO

Isso tudo sem considerar os direitos de propriedade intelectual, pois embora a empresa possa deter os direitos de uso e aplicação da marca, os direitos autorais sobre a criação artística [fazer o que, se é assim que enquadram esta parte na lei] da marca são inalienáveis de seus criadores e, portanto, passíveis de disputa judicial uma vez que considerado o plágio ou tentativa de descaracterização da marca.

24.9.09

SBGames 2009: Rio!



Sob ponta de faca dos amigos Dinnaps e Ric tomo a palavra para falar do SBGames, nosso mais famosos simpósio tupiniquim sobre jogos, entretenimento digital e afinidades.

Esse ano o SBGames irá ser realizado aqui no Rio de Janeiro e conta com uma proposta de execução mais empenhada em reduzir resíduos sólidos (comuns e exagerados em quase todos os eventos), palestrantes de peso da indústria internacional e uma farta presença de designers de jogos do cenário indie nacional. Ou seja, um evento pororoca de verdes com yuppies e punks regado a musica eletrônica de oito bits.

Informações adicionais podem ser encontradas no site oficial (http://www.puc-rio.br/sbgames09), bem como o que vai acontecer em paralelo ao evento, no qual designers tem voz ativa cada vez maior, seja pensando, criando ou desenvolvendo para um setor que ainda promete mais do que cumpre (embora mostre novidades inusitadas de tanto em tanto[1]).

Quem estiver interessado em participar, um último warning: o evento tem vagas limitadíssimas e as mesmas estão se esgotando rapidamente! Quem não se inscrever logo corre o risco de ficar com o hadouken na mão.

[1] Merchandising Cavalo de Tróia

22.9.09

Design de formatura?

Não é mais novidade e não sei porque continuamos nos surpreendendo. Mas não é que as pessoas continuam inventando ao colocar a bendita palavra "design" em qualquer lugar, para qualquer ocasião.

Estava acompanhando uma aula, quando uma aluna mostrou-me o seguinte cartão mica:






A empresa já existe há algum tempo, mas ainda assim vale menção em nosso digníssimo blog. Além do nome que não diz muita coisa (afinal, o que faz um designer de formaturas?), a marca também é sofrível, possui um símbolo frágil e um logotipo que não diz nada a respeito de seu ramo de atividades.
A mica em si também é digna de uma análise, pois entra em contradição na sua comunicação, utilizando todos os lugares comuns possíveis: a beca, os livros (todos iguais), o globo (quem usa globo hoje em dia?) e as anotações da "Matéria da prova" (que não se deram nem ao trabalho de simular anotações de uma disciplina). Por outro lado a descontração simbolizada pela imagem de fundo, pela repetição do despertador como símbolo para o ato de acordar cedo e pelo All Star, cuja presença não parece muito justificada.Entre o tradicional e o descontraído, não fica clara qual a postura da empresa, que pela marca também não resolve o dilema.
Conclusão: o serviço prestado deve ser (e é, minha irmã se formou com a empresa) exatamente como a mica e a identidade visual, em que se propõe o não-lugar da cerimônia "cult-descontraída", normalmente sacal pois se mantém a cerimônia, para todos os efeitos, com hino nacional, juramento, homenagens, etc. mas adiciona-se também enfeites ridículos, cornetas, cartazes e músicas cafonas, com a intenção de descontrair um pouco. O resultado obtido continua sendo um ritual demorado no qual se tenta, mas não se consegue, fazer um pouco de graça.

O pior é que isso não é a excessão, mas a regra. No fim gasta-se dinheiro, tempo e paciência enquanto apenas aqueles com deveres de comparecer, sejam amigos próximos ou parentes, se esforçam para sobreviver.

Fica a pergunta: o design neste caso deveria ser um diferencial?
Só se for que nem tatuagem, para ficar diferente igual a todo mundo.

Já vimos design de voz, agora de formaturas, qual será o próximo? Cada vez mais, All is Design!

21.9.09

Não plagiarás a marca do próximo..





Estava em sala de aula analisando uma publicação levada por um aluno que estuda a temática do design editorial religioso para seu projeto de final de curso. Eis que virando as páginas me deparei com uma propaganda curiosa, com uma marca que me pareceu ligeiramente conhecida.

Na verdaqde percebi a relação entre as marcas em exatos 0,0217 segundos, pois a semelhança com a marca do Underground (Metrô londrino) é evidente, tirando talvez uma sutil diferença de tipografia, mais pesada do que a original.

Achei curioso pois uma empresa que trabalha com a publicação de livros religiosos possui um enorme repertório visual para explorar, e no entanto preferiu partir para a solução "mais fácil" da apropriação de marcas. Fica a curiosidade de saber porque tal escolha foi feita, principalmente baseada em uma marca tão conhecida mundialmente. Plágio: Cara de pau, falta de informação, ou possessão demoníaca?

PS: Agradecimentos ao Braz, dedicado aluno, e grande desenvolvedor de cartazes do Batman.

15.9.09

As dez mentiras mais comuns que nos são contadas pelos clientes (da série "coisas que não aguentamos mais ouvir por aí"...)

\ Recentemente, o website Painter Creativity publicou o artigo Top 10 Lies Told to Naive Artists & Designers (ou 10 mentiras para enrolar designers e ilustradores, na tradução para o bom português). Na relação publicada abaixo, podemos ler e relembrar aquelas velhas desculpas conhecidas nossas, companheiras marcantes de nossos primeiros anos de atuação profissional. Quem nunca ouviu pérolas como "o trabalho não é pago, mas pense na divulgação que fará do seu nome" ? Ou a boa e velha "ao profissional que enviar o melhor trabalho, pagaremos o prêmio simbólico de 300 reais, apenas como incentivo para este caprixar [sic.] mas este será convidado a participar de novos projetos"?

Desafio nossos leitores a contar quantas das dez mentiras abaixo já ouviram ao longo de sua carreira.

1) “Faça esse trabalho barato (ou de graça) e no próximo pagaremos melhor”
Nenhum profissional que se preze daria seu trabalho de mãos beijadas na esperança de cobrar mais caro mais tarde. Você consegue imaginar o que um advogado diria se você dissesse “me defenda de graça dessa vez que na próxima vez que eu precisar de um advogado eu te chamo e pago melhor”. Ele com certeza riria da sua cara.


2) “Nós nunca pagamos 1 centavo antes de ver o produto final”
Essa é uma pegadinha. A partir do momento que você foi contratado para fazer o trabalho você DEVE pedir uma entrada. O motivo é simples, você está trabalhando desde o momento que se dispõe a fazer a reunião de briefing. Talvez um cliente mais inexperiente queira pagar após ver alguns esboços. Cabe a você aceitar ou não.


3) “Esse trabalho será ótimo para seu portfolio! Depois desse você vai conseguir muitos outros”
Essa é uma das mais típicas. E costuma fazer vítimas principalmente entre jovens que ainda estão estudando. Para não cair nessa, basta pensar “quanto o seu cliente vai faturar com o seu trabalho?”. Além disso, não esqueça que, mesmo que ele indique seu trabalho para outras empresas, com certeza ele dirá quanto custou (ou se foi de graça) e imagine o que os próximos irão querer?


4) Olhando para seus estudos e rascunhos: “Veja, não temos muita certeza se queremos seu trabalho. Deixe esses estudos comigo e vou falar com meu sócio/investidor/mulher, etc e depois te dou uma resposta”
Não dou 5 minutos para ele ligar para outros designers com seus estudos e conceitos criados na mão barganhando melhores preços. Quando você ligar de novo ele dirá que seu trabalho está muito acima do mercado, blá blá blá, e que Fulano Designer vai fazer o trabalho. Mas como eles conseguiram outro designer mais barato? Lógico, você já passou o conceito todo criado! Economizou horas para o designer que vai pegar o trabalho. Então, enquanto você não entrar em acordo com seu cliente NUNCA DEIXE NADA CRIATIVO no escritório dele!

5) “Veja, o job não foi cancelado, somente adiado. Deixe a conta aberta e continuaremos dentro de um mês ou dois”
Provavelmente não. Seria um erro você não faturar o que foi feito até o momento esperando que o trabalho continue depois. Ligue em dois meses e você verá que alguém estará trabalhando no job. E adivinhe! Eles nem ao menos sabem quem você é… e o dinheiro do início do trabalho, lógico, já era!


6) “CONTRATO?? Nós não precisamos assinar contratos! Não estamos entre amigos?”
Sim, estamos. Até que alguma coisa dê errada ou ocorra um mal-entendido, e você se transforme no meu maior inimigo e eu sou o seu “designer estúpido”, aí o contrato é essencial! Simples assim! Ao menos que você não ligue em não ser pago. Qualquer profissional usa um contrato para definir como será o trabalho e você deve fazê-lo também!


7) “Envie-me a conta depois que o material for pra gráfica”
Por que esperar por esse deadline irrelevante? Você é honesto, não? Por que você deveria ficar preso a esse deadline? Uma vez entregue o trabalho, fature! Essa desculpa possivelmente é uma tática para atrasar o pagamento. Assim o material vai pra gráfica, precisa de alterações intermináveis e, adivinhe, ele arranja outra pessoa pra fazer as alterações necessárias, o material vai pra gráfica e você nem fica sabendo!


8) “O último designer fez esse job por R$ XX”
Isso é irrelevante. Se o último designer era tão bom por que ele te chamou? E quanto o outro cobrava não significa nada pra você. Pessoas que cobram muito pouco pelo seu tempo acabam fadadas ao insucesso (por auto-destruição financeira). Faça um preço justo, ofereça no máximo 5% de desconto e não abra mão disso.


9) “Nosso orçamento para esse job é de XX reais”
Interessante, não? Um cara sai para comprar um carro e sabe exatamente quanto ele vai gastar antes mesmo de fazer uma pesquisa. Uma quantia de trabalho custa uma quantia de dinheiro. Se seu cliente tem menos dinheiro e ainda assim você quer pegar o trabalho, dedique menos horas a ele. Deixe isso bem claro ao seu cliente, que você dedicará menos tempo que o estimado para finalizar o trabalho porque ele não pode pagar por mais horas. A escolha é sua.


10) “Estamos com problemas financeiros. Passe o trabalho para nós e, quando estivermos em melhor situação, te pagamos.”
Claro, mas pode contar que, quando o dinheiro chegar, você estará bem lá no final da lista de pagamentos. Se alguém chega ao ponto de admitir que está com problemas financeiros então provavelmente o problema é bem maior do que parece. Além disso, você por acaso é um banco para fazer empréstimos? Se você quer arriscar, pelo menos peça dinheiro adicional pelo tempo de espera. Um banco faz isso, não faz? Por que provavelmente esse é o motivo deles quererem atrasar seu pagamento, ter 6 meses de dinheiro “emprestado” sem ter que pagar juros, o que não aconteceria se ele tivesse que emprestar do banco. Não jogue dinheiro fora!


Bom, o motivo de tudo isso não é deixar você paranóico ou coisa do tipo, mas sim injetar um pouco de realidade no mundo de fantasia da maioria dos designers. Você certamente vai tratar com pessoas muito diferentes de você. As motivações e atitudes certamente são diferentes. Eu infelizmente vejo, muitas vezes, exemplos de pessoas envolvidas em situações com a mais nobre das intenções e acabam literalmente se dando mal. Porque a maioria dos designers enxergam os trabalhos como uma oportunidade de fazer aquilo que mais gostam com dedicação, simplesmente porque amam o que fazem! A outra parte não tem a negociação tão idealizada ou romantizada, muito pelo contrário.

Como lidar com todas essas coisas e ainda assim fazer um trabalho criativo? Boa pergunta! É por isso que ir atrás da informação é importante. Você aprende a trabalhar com todas as técnicas do design, mas não aprende a arte da negociação. Muitos designers ignoram este aprendizado, o que é um grande erro. Sugiro que o mínimo seja incorporado assim certamente você não sentirá seu trabalho como uma grande perda de tempo e dinheiro!

Top 10 Lies Told to Naive Artists & Designers (Mark W. Lewis, 2005). Texto original em inglês Painter Creativity. Disponível em: <http://www.paintercreativity.com/articles/top-10-lies.html> Acesso em 15 set. 2009. Tradução para o português de Debora Behar.


\ Eu já ouvi nove. E outras, que não estão no gibi.

Agradecimentos especiais a Mônica Fuchshuber por ter encaminhado esta preciosidade via lista Design Gráfico.

5.9.09

100 anos de efeitos especiais visuais no cinema

\ Semana passada recebi a indicação de um excelente vídeo no Youtube com um panorama histórico dos efeitos especiais no cinema.

Focado nos efeitos especiais visuais (é sempre bom fazer a distinção), Visual effects: 100 years of inspiration é uma montagem de trechos de filmes e making-ofs de obras de efeitos visuais notáveis do século XX — e também da primeira década do século XXI, ainda que essa não fosse a proposta inicial. Nesta coleção, estão presentes a divisão do Mar Vermelho pelas mãos de Moisés em Os dez mandamentos (1923), o gorilão apaixonado de Willis O'Brien em King Kong (1933), os espadachins-esqueleto do mestre Ray Harryhausen confrontando a trupe de Jasão e os Argonautas (1963), o perseguidor implacável T-1000 de O Exterminador do futuro 2: o julgamento final (1991) e um Brad Pitt que não pega ninguém em O curioso caso de Benjamin Button (2008).


Visual effects: 100 years of inspiration (2009).

Mais informações encontram-se disponíveis na página no Youtube. O vídeo foi originalmente concebido para uso educacional, como introdução a uma palestra sobre efeitos visuais no cinema realizada em sala de aula. A trilha sonora é Rods and cones, dos cara-pintadas Blue Man Group (que farão, muito em breve, apresentação no Rio de Janeiro). Os filmes exibidos (poucos possuem legendas na tela para identificação) são os seguintes:

The Enchanted Drawing (1900);
O grande roubo do trem (The Great Train Robbery, 1903);
Os dez mandamentos (The Ten Commandments, sil., 1923);
Sunrise (1927);
King Kong (1933);
O mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939);
O ladrão de Bagdá (The Thief of Bagdad, 1940);
20 mil léguas submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954);
O planeta proibido (Forbidden Planet, 1956);
Jasão e os Argonautas (Jason and the Argonauts, 1963);
Mary Poppins (1964);
Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977);
Tron (1982);
De volta para o futuro (Back to the Future, 1985);
Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit?, 1988);
O segredo do abismo (The Abyss, 1989);
O Exterminador do futuro 2: o julgamento final (Terminator 2: Judgement Day, 1991);
O jovem Indiana Jones
(The Young Indiana Jones Chronicles, piloto, filme para TV, 1992);
Parque dos
dinossauros (Jurassic Park, 1993);
Homem-aranha (Spider-Man, 2004);
King Kong
(2005);
Piratas do caribe 2: o baú da morte
(Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest, 2006);
Piratas do caribe 3: no fim do mundo (Pirates of the Caribbean: At World's End, 2007);
A bússola de ouro (The Golden Compass, 2007);
As crônicas de Spiderwick
(The Spiderwick Chronicles, 2008);
O curiosos caso de Benjamin Button
(The Curious Case of Benjamin Button, 2008).

Apenas para constar: Em novembro deste ano, o primeiro filme da lista completará 109 anos. Este é nada menos que The enchanted drawing, de James Stuart Blackton, com produção dos estúdios de Thomas Edison. Trata-se de um dos primeiros filmes do cinema a empregar a técnica de substituição por parada de ação para a realização de efeitos mágicos. Paralelamente, nesta mesma época o pai dos efeitos especiais no cinema Georges Méliès (que absurdamente não foi incluído nesta relação) já realizava experimentos semelhantes com a mesma técnica. Novamente, consta nas entrelinhas do discurso o pensamento do norte-americano que querer ter sido o primeiro em tudo — e se posicionar como tal, sutilmente, utilizando-se para tanto do pesado poderio de sua indústria cultural.

É interessante formular um exercício de raciocínio a respeito dos efeitos visuais. Se pensarmos nos primeiros filmes dos Lumière, e em como os irmãos tornaram possível em 1895 uma parede demolida se reconstruir apenas invertendo a ordem dos fotogramas de uma obra acabada, fatalmente concluiremos que os efeitos especiais visuais possuem pelo menos a mesma idade que o cinema. A técnica cinematográfica é em si um efeito especial visual, que nos permite assistir 'fotografias animadas' projetadas em uma tela gigantesca. Se evocarmos a Animação e os dispositivos óptico-mecânicos, a idade dos efeitos visuais torna-se ainda maior (ainda que, a rigor, não se tratem de filmes). Se lembrarmos então dos teatros de sombras e das lanternas mágicas... xiii!

Apesar de todas as críticas, e de todos os filmes que cada um de nós dirá que o realizador do vídeo se esqueceu de incluir (cada leitor deste blog provavelmente terá a sua lista ideal), trata-se de uma obra no mínimo curiosa e bem executada. Particularmente, acho uma pena o autor ter dado tanto destaque a filmes recentes (e que foram lançadas depois dos alardeados 100 anos, já no século XXI) e menos a produções mais antigas, base sólida sobre a qual a magia do cinema se consolidou. Ainda assim, este nos permitiu um divertido exercício de recordar, aprender e rever!

(Reblogado de o quadro-negro animado.)

1.9.09

Tupigrafia: enquanto uns roubam, outros doam...

\ Ainda na trilha do choque do sumiço de 615 livros na biblioteca da ESDI, divulgado na semana passada, eis que enfim soubemos de uma ótima notícia para as instituições de ensino superior em Design do país.

A revista Tupigrafia, excelente periódico sobre tipografia editado no Brasil (nem cabe aqui investir tempo comentanto a respeito, quem trabalha na área sabe), fará doações de seus exemplares para bibliotecas de cursos de Design e arquitetura (?!). Abaixo, segue a mensagem do designer Tony de Marco, um dos editores:

Senhoras e senhores é com grande satisfação que anuncio o PROGRAMA de DOAÇÕES da TUPIGRAFIA.

Graças a uma pessoa incrível, generosa, inteligente e que prefere se manter no anonimato, vamos enviar as edições existentes da revista (nº1, nº7 e nº8) para as bibliotecas das faculdades de Design e Arquitetura.

As faculdades receberão também as próximas edições e as futuras reedições (2, 3, 4, 5 e 6) na época e sua publicação.

Para isso precisamos dos dados exatos das instituições. Os membros dessa e de outras listas (por favor, espalhem a notícia) são as pessoas que podem nos ajudar nessa empreitada.

O que precisamos:
Endereço completo da instituição de ensino
Relação de cursos que justifiquem o envio da revista
Email do responsável pela biblioteca

Sem essas informações não poderemos incluir a instituição no programa

Cordialmente

--tony
http://www.flickr.com/photos/tonydemarco

\ Você, estudante de Design, o que está esperando? Envie esta mensagem ao coordenador de seu curso ou colete as informações pedidas e mande pro Tony em vendas@tupigrafia.com.br

Ou vai deixar todas essas revistas para o seu amigo esquisitão que faz arquitetura?

31.8.09

Não é só com os designers...

Montalvo Machado do blog Sketcheria, um dos nossos mais recentes leitores nos mandou um email falando da sua luta com os engraçadinhos que sempre vem com esse discurso de "oportunidades de divulgação da marca" e nos mandou uma sugestão de vídeo que ele fez questão de legendar.

trata-se do escritor Harlan Ellison que dispara uma senhora bronca contra os clientes que querem trabalho de graça. (E diga-se de passagem clientes beeeem famosos)

Confira:


Não é só com os Designers que isso acontece, mas será que só os designers não se pronunciam? não mais... meus amigos... não mais!

Os Designers Justiceiros estão no twitter: Sigam-nos os bons!

27.8.09

615 livros foram roubados da biblioteca da ESDI

\ Bem, normalmente não gosto de acavalar uma postagem imediatamente após a outra no mesmo dia, especialmente correndo o risco de tolher o afã noveleiro do correspodente Beluga, mas acabei de saber de algo hoje que me deixou chocado.

A notícia de que a biblioteca da ESDI teria sido roubada em 615 livros de seu acervo está sendo reproduzida sem muitos detalhe. Ainda não entendi se foi uma ação recente ou se a equipe do local chegou a conclusão de que esses volumes desapareceram ao longo dos anos, após algum levantamento realizado recentemente. Reproduzo abaixo o texto que está sendo divulgado na internet (via e-mails e wordpress).

A biblioteca da Esdi, Escola Superior de Desenho Industrial, possui o mais completo acervo sobre design e áreas correlatas do país. Seus mais de 5000 livros são consultados por estudantes de graduação e pós-graduação da escola e de outras instituições, além de profissionais e demais interessados. O roubo representa um desfalque de mais de 10% desse acervo.

Os alunos da escola sentem-se perplexos e indignados com o ocorrido. As medidas legais já foram encaminhadas nas devidas instâncias. Ainda assim sentimos que não podemos permanecer calados aguardando que um processo se cumpra e que um culpado seja identificado, sem que isso tenha maior repercussão na comunidade esdiana e na opinião pública.

A Esdi, primeira escola de design da América Latina, é hoje uma unidade da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro e oferece cursos de graduação e pós-graduação em design. Devido à excelência de seu ensino gratuito, a Esdi foi considerada uma das 60 melhores escolas de design do mundo pela Busines Week em 2007.

Para muitos, a Esdi é como uma segunda casa, uma segunda família. Essa perda tem um grande valor simbólico para todos aqueles que já passaram pela escola.

Esse momento, tão delicado, pode ser a oportunidade de contribuirmos para a preservação da qualidade de nossa biblioteca. Devemos nos mobilizar para não apenas repor o mais rapidamente os títulos perdidos, mas também para expandir e diversificar o acervo, através de doações. Serão aceitas publicações, novas ou usadas em bom estado, que deverão ser entregues na secretaria da escola.

A biblioteca da Esdi é um patrimônio público. A responsabilidade é de todos nós!

\ Enfim, quem souber de mais detalhes, pode complementar essa informação nos nossos comentários. No sítio 615 livros pode-se entrar em contato com os organizadores da campanha.

Fica a pergunta sobre como esse fato aconteceu (como é possível sumir 10% do acervo de uma biblioteca e seus funcionários não percebem?) e o que será feito para impedir que outros livros sejam furtados. Mais importante do que organizar uma campanha de doação é garantir que o restante do acervo e os novos volumes também não padeçam do mesmo fim.

A ESDI fica na rua Evaristo da Veiga 95, Lapa – Rio de Janeiro. Para aquele que não conhece, visto de fora, o endereço parece um velho estacionamento. Mas pode entrar que é lá mesmo.

Pela Culatra

Vindo das mesmas fontes do cromado com arco íris em Wide Screen posto aqui uma cena da novela que inspira as novas tendências do design vernacular.

E daí eu pergunto a vocês. É uma licença poética para dizer que o tiro saiu pela culatra? confiram...



Bem que dizem que a animação é capaz de realizar coisas impossíveis...

Tem muito mais coisa pra comentar... mas deixo pra nossos leitores falarem nos comments

Are baba!

23.8.09

Rapidinha: recado para a Logomídia

\ Recado para a Logomídia/Maxmídia:
Os estúdios Disney ligaram. Eles querem seu dragão de volta.




E da próxima vez, vão pintar de amarelo a sua avó!
* Dica do leitor Wilson Hiroshi Matsumoto, que bravamente aguentou chegar até a página seis e nos alertou sobre tal preciosidade.

21.8.09

Rádio-malhação, ou Logotipo a R$ 1,99 parte 2

Já que foi anunciado aqui, no post anterior um caso bem polêmico, não aguentei e resolvi conferir o site da famigerada Logomídia, também conhecida como a agência de outro planeta.

Eis que me deparo com uma marca de uma rádio (que logicamente seria chamada de logomarca lá) que imediatamente me fez lembrar outra marca. Fiquei pensando: o que uma emissora de rádio e uma academia de ginástica podem ter em comum? Quero dizer, além da marca é claro.




Mas depois pensei que ainda vá lá que alguém pague 119 por uma marca, mas querer originalidade, aí já seria demais.

Ah sim, vamos também desconsiderar a importância que a identidade visual tem para a empresa e o papel que possui na diferenciação do seu produto ou serviço.

Bom, acho que com a descoberta da Logomídia vamos ter assunto para muitos posts.

19.8.09

Logotipo a R$ 1,99.

\ Nossa mais nova leitora assumida, a profª Cristiana Fernandes, coordenadora do curso de Design da UNIFOA, tem acompanhado a discussão crescente no meio (e aqui no DJ's) sobre a desvalorização dos serviços de identidade visual e nos mandou essa semana o seguinte depoimento emocionado:

Sou coordenadora de um curso de Design no interior do estado do Rio, de uma faculdade que, aliás, teve a contribuição de um Designer Justiceiro na montagem do curso. Por ocupar esse cargo, recebo dezenas de ofertas de estágio para meus pupilos. Ando barrando as famosas "oportunidades" para designer que precisa saber programação em flash, PHP, Asp e ainda tem que fazer banco de dados. Devo estar metendo medo no povo, pois faz um tempo que não pintavam infâmias, até que pingou na minha caixa postal uma excelente oferta:

"Boa noite. Por favor, solicito a divulgação da vaga abaixo:

Estágio em Design. Atuará em agência de publicidade no desenvolvimento de marcas, identidades visuais, materiais gráficos e digitais.
Horário de trabalho: segunda a sexta-feira, 4 horas por dia.
Salário: R$ 400 + vale-transporte.
Requer conhecimento no uso de softwares de ilustração vetorial e tratamentode imagens. Estágio regulamentado, com seguro, contrato e anotação na carteira detrabalho.

Um abraço,
Fulano de tal - MAXMIDIA / LOGOMIDIA
Comunicação, Marketing & Design
http://www.agenciamaxmidia.com.br/;
http://www.logomidia.com/

Achei a oportunidade ótima! Atualmente as agências que oferecem estágio por aqui preferem que os alunos matem aula do que deixar de explorar. A maioria não dá vale-transporte, sem contar com a não-remuneração que ocorre na maioria das vezes. Eu já fui estagiária (durante a Santa Ceia) e já carreguei muita bandeja naqueles tempos que não havia lei de regulamentação de estágio. Na oferta acima a oportunidade é de 4 horas diárias.

Eu nunca tinha ouvido falar da agência e resolvi entrar no site. Sem algum comentário, sugiro uma visita de vocês!

Isso é um trabalho para os DESIGNERS JUSTICEIROS!


\ Chamados à responsabilidade, resolvemos então averiguar o website da Agência Maxmídia/Logomídia, praticamente um "portal web" das chamadas fastlogos ou logobostas (como são conhecidas atualmente nos blogs e listas de discussão as marcas de R$ 1,99). Fomos então recebidos logo de cara pelo Leonardo — não o cantor, mas um simpático vetor que é diretor de criação da agência e fica acompanhando com os olhos o percurso do seu mouse até que resolve, de súbito, abrir a boca.

Segundo nosso amigo Leonardo, por apenas R$ 119,00, a M/L garante a satisfação de seu cliente, uma vez que a agência cria "quantas amostras forem necessárias até que o cliente fique satisfeito. Isso mesmo! Criações Ilimitadas!" Até o cliente ficar satisfeito. E isso utilizando normas técnicas de publicidade (uau!), para dar mais eficiência à marca.

Simpaticamente, nosso amigo vetorizado conclui com os votos de "que Deus os abençoe e possamos ser bons parceiros", antes de voltar sua atenção novamente aos caminhos percorridos pelo mouse. "Após esse belo discurso" — Leonardo (o vetor) deve pensar — "em que link este cliente clicará primeiro?" Provavelmente no X vermelho no topo da janela.

OK, assim como os DJ's você também sofre de curiosidade mórbida e resolveu continuar pelo sítio da M/L. Mesmo estando se perguntando o motivo pelo qual uma empresa que vende marcas a varejo adotaria um ET esdrúxulo e clichê como símbolo (uma marca que pisca para o visitante, pasmem!). Bem, mas o que esperar de uma agência de publicidade que se define como "Marketing e Design"? No mínimo, uma crise de identidade... (entenderam, entenderam?).

Verdade seja dita, a página até tenta ser educativa, e busca explicar ao visitante leigo o que são manuais de identidade visual, mascotes, símbolos... Mas a verdade é que as melhores marcas que vocês verão no website da Maxmídia/Logomídia estão no rodapé da página inicial. Bem no final, quando eles alertam ao visitante que aceitam pagamentos efetuados no banco Itaú, no Bradesco, no Real, com cartão Visa, Mastercard...

10.8.09

Legibilidade é coisa séria.

Já que os últimos assuntos têm sido a produção (mal-remunerada e escravista) de marcas, retomaremos aqui um belo exemplar do que a pressa e a falta de profissionalismo podem fazer com uma marca.

O design de uma marca (e nunca "logomarca"), que pode ser compreendida como a associação de um símbolo gráfico com um logotipo, deve estar comprometido com um a criação de um SIV, Sistema de Identidade Visual.

Por quê?

Porque não basta criar uma assinatura bonitinha para um produto, empresa ou serviço. Design sério se faz com planejamento, prevendo as aplicações e variações da marca em virtude da construção da imagem do produto, empresa ou serviço.

Além disso, a marca deve apresentar de uma forma singular um produto, empresa ou serviço para que seja capaz de distingui-lo de seus concorrentes e/ou similares. Para isso deve ser sintética e econômica, de maneira a realçar os elementos visuais e torná-los mais facilmente reconhecíveis. Nesse sentido, a redundância é extremamente desaconcelhada.

Bom, no exemplo abaixo (enviado por nossa fiel leitora, Kath, da Casa 101) temos um típico caso de redundância, graças a uma solução visual infeliz, pois ao tentar brincar com as letras, a leitura do nome da empresa se perdeu. Como não é possível entender o que está escrito, há uma espécie de legenda, que reforça o nome da empresa abaixo do sinal gráfico. À esta altura do campeonato, a objetividade da mensagem visual já foi para o espaço.

Quanto ao princípio da economia, é possível observar que foi negligenciado: temos diversas tipografias e cores diferentes dentro daquilo que constituiria a marca. Tudo isso compromete outro princípio básico de uma marca: a legibilidade. Legibilidade é a capacidade de leitura e reconhecimento das informações, podendo estar ligada tanto ao texto e sua tipografia, quanto à própria imagem e à capacidade de compreendê-la.

Se brincadeira é coisa séria, legibilidade e design também são.




5.8.09

Pirateando War in Rio

O nosso amigo Fabio Lopez (aquele que produziu o ótimo jogo War in Rio) mandou-nos um email denunciando uma espécie de pirataria com sua obra.

Segundo ele, o apresentador Marcelo Adnet do programa 15 minutos na MTV teria apresentado uma versão toscamente impressa a partir do Blog do jogo.

Para piorar a situação, Adnet afirmou que o jogo foi produzido por "um artista plástico aí..."

Então deixe-me pensar... o cara não dá os devidos créditos e ainda me classifica um Designer sério como "artista plástico aí..."?

E o Adnet ainda é formado em jornalismo! São coisas assim que contribuem pra desestruturação de uma profissão!

Confiram a vergonha aqui!

3.8.09

Enquanto isso, no mundo dos trocadilhos infames



Qual não me assustei ao ouvir a propaganda televisiva do dito fogão, com os olhos fixos no computador (travaille, travaille...) e os ouvidos atentos ao tubo de raios catódicos...

Cooktop da Electrolux: o gerúndio seria um pouco pior.



Alguém na sala quer descobrir o cooktop? Ninguém? Ótimo.

22.7.09

Designer, estamos te procurando! (2)

---------- Original message ----------
From: Guilherme Affonso Carvalho de Carlos
Date: 2009/7/22
Subject: Designers freelancers
To: designGrafico

Estamos buscando designers freelancers para a criação de logotipos. Temos uma demanda constante de trabalhos e o designer ganhará, em média, R$ 169,00 por logo aprovado.

Envie seu portfólio junto com seus contatos para guilherme@netlogos.com.br e se for selecionado entraremos em contato para informar os detalhes.


\ Ok, eu sei que estou me repetindo. O problema é que a minha úlcera de estimação reclama sempre que eu leio algo assim.

E ela tem reclamado MUITO ultimamente.

Reparem como a profissão avançou em menos de um ano: aquele concurso para eleger uma personagem para identidade visual que comentamos ano passado pagava apenas R$ 150,00.

17.7.09

Designer, estamos te procurando!

\ Reencaminhando, da lista Design Gráfico. Reparem na proposta imperdível recebida pela designer Cláudia Gallicchio.

Designer, estamos te procurando.

----- Original Message -----
From: Alexsandro Diotto
To: Cláudia Gallicchio
Sent: Tuesday, July 14, 2009 8:18 PM
Subject: Designer, estamos te procurando

Olá Claudia,

Sou da startup inoova, e através de seu portfolio encontramos seu contato.Venho até aqui para lhe fazer um convite, estamos querendo estabelecer parceria com designers acima do comum, por isso lançamos um concurso no sitewebdomeujeito, para primeiramente os usuários interessados em participar criarem um logo de uma marca relacionada a casamento, alianças, namoro.

Essa campanha de criação tem por objetivo, atrair designers interessados em manter uma boa parceria conosco.Como recompensa para o vencedor daremos um prêmio simbólico de R$ 300,00, um valor baixo apenas como incentivo para participar e caprixar, lembrando que o vencedor do concurso será convidado a participar de novos projetos, que você pode conhecer em http://www.inoova.com.br/products.ashx.

Seja nosso seguidor para saber das novidades: @webdomeujeito

Gostaria muito que pudesse participar se possivel.

Grato.
Alexsandro Diotto.
http://www.inoova.com.br/
twitter: @inoova


\ Estive pensando em fazer o mesmo essa semana. De almoçar cada dia em um restaurante diferente e propor o mesmo aos respectivos gerentes. Ao final de um mês, como recompensa, pago a quantia simbólica de R$ 3,00 ao "vencedor", um valor baixo apenas como incentivo para caprixar [sic.], mas mantenho uma boa parceria com ele, isto é, passo a almoçar lá.

Também estou procurando um bom dentista, então acho que valeria a mesma lógica. Faço cada tratamento com um profissional diferente e, no final, pago um valor simbólico de R$ 10,00 ao que fizer o serviço mais caprixado [sic, sic!]. Mas ano que vem me tornarei cliente deste.

Que tal, Alexsandro?

16.7.09

A criatividade pastiche do design vernacular

A novela continua sendo, ao lado da bunda e do futebol, a paixão nacional.
Questões de design à parte (o título é uma provocação), a obra abaixo tira proveito, com humor, da atual novela das oito.



Are baba, essa nem o Hans Donner poderia prever.

(colaboração de Bruno Pontes)

12.7.09

Enquanto isso, na platéia do Anima Mundi...

- "Ai, acho esses desenhos de massinha o máximo!"

\ Nós também.



trailer do longa-metragem $ 9,99, de Tatia Rosenthal. Roteiro de Etgar Keret.

Virada Russa no CCBB (Rio)

Exposição imperdível, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro.

De 23 de junho a 23 de agosto
De terça a domingo, das 9h às 21h
1º andar do CCBB

Entrada Franca

A exposição Virada Russa foca sua atenção na produção artística criada na Rússia desde o começo do século XX até a década de 1930, importante não apenas para a cultura russa, mas para toda a arte internacional daquele período.

O conjunto de obras selecionadas inclui a produção de importantes artistas do período, como Kandinsky, Maliévitch, Chagall, Rodchenko, Tátlin, Goncharova, entre outros. Ao todo, são 123 obras, todas pertencentes ao acervo do Museu Estatal de São Petersburgo. A mostra tem curadoria de Yevgenia Petrova, Joseph Kiblitsky, Rodolfo de Athaydee Ania Rodríguez Alonso.

Alexander Rodchenko - Círculo Branco

9.7.09

Dança da motinho.

\ Ontem à noite o governo brasileiro regulamentou as profissões de motoboy, mototaxista (!) e motovigia (??!). Curiosamente, trata-se do mesmo governo que "desregulamentou" os jornalistas, dias atrás.

Não pretendo retomar hoje a velha discussão sobre a regulamentação da profissão de designer. Com muito medo do futuro, faço apenas um exercício de criatividade imaginando quais serão as próximas profissões regulamentadas pelo governo: sobrinhos? micreiros? designers de [sic] soMbrancelhas?

Que fique claro que o meu problema não é com os motoboys! Salvo quando os mesmos atrasam aquela prova de prelo que vem da gráfica ou quando arrancam o retrovisor do meu carro no sinal fechado, para mim trata-se de uma profissão tão digna quanto qualquer outra (qualquer outra que não envolva política). Minha dúvida diz respeito à orientação profissional oferecida aos meus alunos: incentivo-os a investir em quatro anos de formação acadêmica ou a comprar uma moto e um capacete?


* Este texto partiu de uma mensagem enviada pela profª Cristiana Fernandes, coordenadora de graduação que há anos batalha pelo ensino do Design no interior fluminense.

1.7.09

Reblogando!

A Designer Clara Gomes manda seu recado aos usuários de uma fonte muito amada por nós no site dos bichinhos de Jardim. Não deixem de conferir a tirinha (e adicionar o site aos favoritos) aqui.

30.6.09

Nevillenine

No post anterior respondi com uma piadinha que talvez não tenha ficado clara.

É impressão minha ou o Neville Brody é realmente sósia do Lenine (e vice-versa)?

Isso já foi piada junto a alguns colegas de faculdade. Julguem por vocês mesmos.

29.6.09

E num famoso site de noticias...

Ha algum tempo falamos da questão da relação foto/notícia e a diagramação dos jornais.

Não é que hoje, no portal de um jornal de grande circulação, nos deparamos com tal questão novamente? (oh! estou pasmo).

A Proposta é simples: pegaram uma imagem relacionada a um grande acontecimento da semana. (fato esse que gerou a retratação do post abaixo) , colocaram-na representando uma das várias noticias relacionadas a esse acontecimento e usaram uma cor diferenciada para ligar a notícia a imagem.

Só que o conteúdo da manchete principal junto com a imagem acaba por gerar um certo estranhamento.

Bem... até acredito que seja de propósito... mas mesmo assim não considero de muito bom gosto

26.6.09

Retratação

\ Há exato um mês, o DJ publicou um infográfico da Gessnerallee que detalhava a evolução do cantor Michael Jackson, alvo de inúmeras cirurgias plásticas, até se tornar uma personagem dos Barbapapas, fato que supostamente se concretizaria em 2022.

Com a morte do cantor, o jocoso exercício de futurologia mostrou-se equivocado e, portanto, um péssimo exemplo de infografia.

Fica registrada publicamente nossa retratação.

24.6.09

Quebra-cabeças para Alzheimer

Justiça seja feita, nem tudo que entra aqui nos Designers Justiceiros precisa ser necessariamente o mau uso do Design (ou mesmo a falta de).
Temos um exemplo muito interessante apontado pela Kath, nossa vizinha da Casa 101: na Inglaterra um estudante de design desenvolveu um quebra-cabeças que ajuda no tratamento de pacientes com Alzheimer.
O projeto de conclusão do curso de Ben Atkinson-Willes é um quebra-cabeças com peças aumentadas e imagens que remetem a situações cotidianas. O jogo foi testado em pacientes com demência de onde se constatou contribuições para a recuperação de algumas capacidades cognitivas.
Clique para ver a notícia em português.
Daí é possível concluir duas coisas:
1. jogos são mais que meras brincadeiras descompromissadas, mas desenvolvem capacidades cognitivas importantes e podem ser utilizados como auxilio terapêutico em uma diversidade de casos.
2. soluções em design não são necessariamente caracterizadas pela novidade, mas por um novo olhar sobre questões antigas, afinal não foi proposto algo inédito, apenas reformulado para um propósito específico.
Ludólogos de plantão, conheçam o projeto em : http://www.benspuzzles.com/
Veja aqui o link da notícia na Universidade de Kingston

22.6.09

Invisibilidade versus Onipresença

Comentando os assuntos recentes, encontrei uma imagem no blog do Abduzeedo, que descobri a partir de nossa leitora UEDA Grill (Luciana).
A imagem sintetiza bem alguns dos dilemas discutidos por designers gráficos e tipógrafos.

Inspirado por ela, fiquei com a ideia de uma tradução com um quê a mais. Então pensei "se utilizasse a Comic Sans, seria um show!"

Então, me apropriei da idéia e adaptei:




O trabalho original é de Craig Ward e pode ser encontrado aqui.

12.6.09

Da série: Fontes que todos amamos...


Alguns posts atrás demos destaque para questões envolvendo a família tipográfica Comic Sans. Aliás, em outros momentos ela já havia sido citada como símbolo de execração em nosso meio profissional.
Mas outras famílias tipográficas também circulam livremente no gosto do público leigo, gerando uma série de peças muito interessantes. Uma delas é a Algerian, família vista em vários letreiros de estacionamentos e salões de cabeleireiro. O que impressiona neste caso é sua incrível capacidade de se adaptar a cada diferente uso, chamando a atenção talvez pelo formato das hastes que denotam certo movimento e dinamismo, conceito este pedido por muitos "clientes".
Tudo isso chama a atenção para os casos em que os projetos gráficos são pensados sem a definição da tipografia, e depois finalizados, uma fonte qualquer acaba sendo escolhida para se "encaixar" ao que foi feito.
Se você tem alguma foto de produto, fachada de estabelecimento, ou qualquer outra coisa que use a Algerian, envie para nosso email que iremos postar com os devidos créditos.

5.6.09

Bola fora!

\ Nem bem comentamos o caso da "logomarca" de voleio da cidade de São Paulo após sua confirmação com uma das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 (e você, já fez a sua?), eis que uma peça publicitária, publicada nos jornais cariocas recentemente, nos chamou a atenção.


A empolgação com a confirmação do Rio de Janeiro como uma das sedes dos jogos de 2014 fez com que o governo do estado E a prefeitura da cidade maravilhosa rapidamente unissem forças e contratassem um sobrinho para desenvolver a peça acima e publicar em todos os jornais de grande circulação. Os mesmos jornais que, no dia seguinte, estariam apontando a gafe de seus anunciantes.

A despeito do fato de ainda não ter sido decidido em qual cidade será a festa de abertura do evento, e em qual cidade se realizará a grande final, uma rápida gugada (ouvi esse termo outro dia e adorei) lembraria a nossos governantes de que a cidade de Azteca, no México, já foi palco das finais de 1986 e de 1970 - ano, inclusive, em que ganhamos nossa terceira estrela na camisa canarinho, com o rei/ministro/cantor/poeta Pelé liderando uma vitória de 4 a 1 sobre a Itália.

Que isso sirva de lição, meninos e meninas. Antes de fazer qualquer coisa, PESQUISA!

E passar um paninho molhado nessa bola também não iria nada mal.