31.8.09

Não é só com os designers...

Montalvo Machado do blog Sketcheria, um dos nossos mais recentes leitores nos mandou um email falando da sua luta com os engraçadinhos que sempre vem com esse discurso de "oportunidades de divulgação da marca" e nos mandou uma sugestão de vídeo que ele fez questão de legendar.

trata-se do escritor Harlan Ellison que dispara uma senhora bronca contra os clientes que querem trabalho de graça. (E diga-se de passagem clientes beeeem famosos)

Confira:


Não é só com os Designers que isso acontece, mas será que só os designers não se pronunciam? não mais... meus amigos... não mais!

Os Designers Justiceiros estão no twitter: Sigam-nos os bons!

27.8.09

615 livros foram roubados da biblioteca da ESDI

\ Bem, normalmente não gosto de acavalar uma postagem imediatamente após a outra no mesmo dia, especialmente correndo o risco de tolher o afã noveleiro do correspodente Beluga, mas acabei de saber de algo hoje que me deixou chocado.

A notícia de que a biblioteca da ESDI teria sido roubada em 615 livros de seu acervo está sendo reproduzida sem muitos detalhe. Ainda não entendi se foi uma ação recente ou se a equipe do local chegou a conclusão de que esses volumes desapareceram ao longo dos anos, após algum levantamento realizado recentemente. Reproduzo abaixo o texto que está sendo divulgado na internet (via e-mails e wordpress).

A biblioteca da Esdi, Escola Superior de Desenho Industrial, possui o mais completo acervo sobre design e áreas correlatas do país. Seus mais de 5000 livros são consultados por estudantes de graduação e pós-graduação da escola e de outras instituições, além de profissionais e demais interessados. O roubo representa um desfalque de mais de 10% desse acervo.

Os alunos da escola sentem-se perplexos e indignados com o ocorrido. As medidas legais já foram encaminhadas nas devidas instâncias. Ainda assim sentimos que não podemos permanecer calados aguardando que um processo se cumpra e que um culpado seja identificado, sem que isso tenha maior repercussão na comunidade esdiana e na opinião pública.

A Esdi, primeira escola de design da América Latina, é hoje uma unidade da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro e oferece cursos de graduação e pós-graduação em design. Devido à excelência de seu ensino gratuito, a Esdi foi considerada uma das 60 melhores escolas de design do mundo pela Busines Week em 2007.

Para muitos, a Esdi é como uma segunda casa, uma segunda família. Essa perda tem um grande valor simbólico para todos aqueles que já passaram pela escola.

Esse momento, tão delicado, pode ser a oportunidade de contribuirmos para a preservação da qualidade de nossa biblioteca. Devemos nos mobilizar para não apenas repor o mais rapidamente os títulos perdidos, mas também para expandir e diversificar o acervo, através de doações. Serão aceitas publicações, novas ou usadas em bom estado, que deverão ser entregues na secretaria da escola.

A biblioteca da Esdi é um patrimônio público. A responsabilidade é de todos nós!

\ Enfim, quem souber de mais detalhes, pode complementar essa informação nos nossos comentários. No sítio 615 livros pode-se entrar em contato com os organizadores da campanha.

Fica a pergunta sobre como esse fato aconteceu (como é possível sumir 10% do acervo de uma biblioteca e seus funcionários não percebem?) e o que será feito para impedir que outros livros sejam furtados. Mais importante do que organizar uma campanha de doação é garantir que o restante do acervo e os novos volumes também não padeçam do mesmo fim.

A ESDI fica na rua Evaristo da Veiga 95, Lapa – Rio de Janeiro. Para aquele que não conhece, visto de fora, o endereço parece um velho estacionamento. Mas pode entrar que é lá mesmo.

Pela Culatra

Vindo das mesmas fontes do cromado com arco íris em Wide Screen posto aqui uma cena da novela que inspira as novas tendências do design vernacular.

E daí eu pergunto a vocês. É uma licença poética para dizer que o tiro saiu pela culatra? confiram...



Bem que dizem que a animação é capaz de realizar coisas impossíveis...

Tem muito mais coisa pra comentar... mas deixo pra nossos leitores falarem nos comments

Are baba!

23.8.09

Rapidinha: recado para a Logomídia

\ Recado para a Logomídia/Maxmídia:
Os estúdios Disney ligaram. Eles querem seu dragão de volta.




E da próxima vez, vão pintar de amarelo a sua avó!
* Dica do leitor Wilson Hiroshi Matsumoto, que bravamente aguentou chegar até a página seis e nos alertou sobre tal preciosidade.

21.8.09

Rádio-malhação, ou Logotipo a R$ 1,99 parte 2

Já que foi anunciado aqui, no post anterior um caso bem polêmico, não aguentei e resolvi conferir o site da famigerada Logomídia, também conhecida como a agência de outro planeta.

Eis que me deparo com uma marca de uma rádio (que logicamente seria chamada de logomarca lá) que imediatamente me fez lembrar outra marca. Fiquei pensando: o que uma emissora de rádio e uma academia de ginástica podem ter em comum? Quero dizer, além da marca é claro.




Mas depois pensei que ainda vá lá que alguém pague 119 por uma marca, mas querer originalidade, aí já seria demais.

Ah sim, vamos também desconsiderar a importância que a identidade visual tem para a empresa e o papel que possui na diferenciação do seu produto ou serviço.

Bom, acho que com a descoberta da Logomídia vamos ter assunto para muitos posts.

19.8.09

Logotipo a R$ 1,99.

\ Nossa mais nova leitora assumida, a profª Cristiana Fernandes, coordenadora do curso de Design da UNIFOA, tem acompanhado a discussão crescente no meio (e aqui no DJ's) sobre a desvalorização dos serviços de identidade visual e nos mandou essa semana o seguinte depoimento emocionado:

Sou coordenadora de um curso de Design no interior do estado do Rio, de uma faculdade que, aliás, teve a contribuição de um Designer Justiceiro na montagem do curso. Por ocupar esse cargo, recebo dezenas de ofertas de estágio para meus pupilos. Ando barrando as famosas "oportunidades" para designer que precisa saber programação em flash, PHP, Asp e ainda tem que fazer banco de dados. Devo estar metendo medo no povo, pois faz um tempo que não pintavam infâmias, até que pingou na minha caixa postal uma excelente oferta:

"Boa noite. Por favor, solicito a divulgação da vaga abaixo:

Estágio em Design. Atuará em agência de publicidade no desenvolvimento de marcas, identidades visuais, materiais gráficos e digitais.
Horário de trabalho: segunda a sexta-feira, 4 horas por dia.
Salário: R$ 400 + vale-transporte.
Requer conhecimento no uso de softwares de ilustração vetorial e tratamentode imagens. Estágio regulamentado, com seguro, contrato e anotação na carteira detrabalho.

Um abraço,
Fulano de tal - MAXMIDIA / LOGOMIDIA
Comunicação, Marketing & Design
http://www.agenciamaxmidia.com.br/;
http://www.logomidia.com/

Achei a oportunidade ótima! Atualmente as agências que oferecem estágio por aqui preferem que os alunos matem aula do que deixar de explorar. A maioria não dá vale-transporte, sem contar com a não-remuneração que ocorre na maioria das vezes. Eu já fui estagiária (durante a Santa Ceia) e já carreguei muita bandeja naqueles tempos que não havia lei de regulamentação de estágio. Na oferta acima a oportunidade é de 4 horas diárias.

Eu nunca tinha ouvido falar da agência e resolvi entrar no site. Sem algum comentário, sugiro uma visita de vocês!

Isso é um trabalho para os DESIGNERS JUSTICEIROS!


\ Chamados à responsabilidade, resolvemos então averiguar o website da Agência Maxmídia/Logomídia, praticamente um "portal web" das chamadas fastlogos ou logobostas (como são conhecidas atualmente nos blogs e listas de discussão as marcas de R$ 1,99). Fomos então recebidos logo de cara pelo Leonardo — não o cantor, mas um simpático vetor que é diretor de criação da agência e fica acompanhando com os olhos o percurso do seu mouse até que resolve, de súbito, abrir a boca.

Segundo nosso amigo Leonardo, por apenas R$ 119,00, a M/L garante a satisfação de seu cliente, uma vez que a agência cria "quantas amostras forem necessárias até que o cliente fique satisfeito. Isso mesmo! Criações Ilimitadas!" Até o cliente ficar satisfeito. E isso utilizando normas técnicas de publicidade (uau!), para dar mais eficiência à marca.

Simpaticamente, nosso amigo vetorizado conclui com os votos de "que Deus os abençoe e possamos ser bons parceiros", antes de voltar sua atenção novamente aos caminhos percorridos pelo mouse. "Após esse belo discurso" — Leonardo (o vetor) deve pensar — "em que link este cliente clicará primeiro?" Provavelmente no X vermelho no topo da janela.

OK, assim como os DJ's você também sofre de curiosidade mórbida e resolveu continuar pelo sítio da M/L. Mesmo estando se perguntando o motivo pelo qual uma empresa que vende marcas a varejo adotaria um ET esdrúxulo e clichê como símbolo (uma marca que pisca para o visitante, pasmem!). Bem, mas o que esperar de uma agência de publicidade que se define como "Marketing e Design"? No mínimo, uma crise de identidade... (entenderam, entenderam?).

Verdade seja dita, a página até tenta ser educativa, e busca explicar ao visitante leigo o que são manuais de identidade visual, mascotes, símbolos... Mas a verdade é que as melhores marcas que vocês verão no website da Maxmídia/Logomídia estão no rodapé da página inicial. Bem no final, quando eles alertam ao visitante que aceitam pagamentos efetuados no banco Itaú, no Bradesco, no Real, com cartão Visa, Mastercard...

10.8.09

Legibilidade é coisa séria.

Já que os últimos assuntos têm sido a produção (mal-remunerada e escravista) de marcas, retomaremos aqui um belo exemplar do que a pressa e a falta de profissionalismo podem fazer com uma marca.

O design de uma marca (e nunca "logomarca"), que pode ser compreendida como a associação de um símbolo gráfico com um logotipo, deve estar comprometido com um a criação de um SIV, Sistema de Identidade Visual.

Por quê?

Porque não basta criar uma assinatura bonitinha para um produto, empresa ou serviço. Design sério se faz com planejamento, prevendo as aplicações e variações da marca em virtude da construção da imagem do produto, empresa ou serviço.

Além disso, a marca deve apresentar de uma forma singular um produto, empresa ou serviço para que seja capaz de distingui-lo de seus concorrentes e/ou similares. Para isso deve ser sintética e econômica, de maneira a realçar os elementos visuais e torná-los mais facilmente reconhecíveis. Nesse sentido, a redundância é extremamente desaconcelhada.

Bom, no exemplo abaixo (enviado por nossa fiel leitora, Kath, da Casa 101) temos um típico caso de redundância, graças a uma solução visual infeliz, pois ao tentar brincar com as letras, a leitura do nome da empresa se perdeu. Como não é possível entender o que está escrito, há uma espécie de legenda, que reforça o nome da empresa abaixo do sinal gráfico. À esta altura do campeonato, a objetividade da mensagem visual já foi para o espaço.

Quanto ao princípio da economia, é possível observar que foi negligenciado: temos diversas tipografias e cores diferentes dentro daquilo que constituiria a marca. Tudo isso compromete outro princípio básico de uma marca: a legibilidade. Legibilidade é a capacidade de leitura e reconhecimento das informações, podendo estar ligada tanto ao texto e sua tipografia, quanto à própria imagem e à capacidade de compreendê-la.

Se brincadeira é coisa séria, legibilidade e design também são.




5.8.09

Pirateando War in Rio

O nosso amigo Fabio Lopez (aquele que produziu o ótimo jogo War in Rio) mandou-nos um email denunciando uma espécie de pirataria com sua obra.

Segundo ele, o apresentador Marcelo Adnet do programa 15 minutos na MTV teria apresentado uma versão toscamente impressa a partir do Blog do jogo.

Para piorar a situação, Adnet afirmou que o jogo foi produzido por "um artista plástico aí..."

Então deixe-me pensar... o cara não dá os devidos créditos e ainda me classifica um Designer sério como "artista plástico aí..."?

E o Adnet ainda é formado em jornalismo! São coisas assim que contribuem pra desestruturação de uma profissão!

Confiram a vergonha aqui!

3.8.09

Enquanto isso, no mundo dos trocadilhos infames



Qual não me assustei ao ouvir a propaganda televisiva do dito fogão, com os olhos fixos no computador (travaille, travaille...) e os ouvidos atentos ao tubo de raios catódicos...

Cooktop da Electrolux: o gerúndio seria um pouco pior.



Alguém na sala quer descobrir o cooktop? Ninguém? Ótimo.