Já que os últimos assuntos têm sido a produção (mal-remunerada e escravista) de marcas, retomaremos aqui um belo exemplar do que a pressa e a falta de profissionalismo podem fazer com uma marca.
O design de uma marca (e nunca "logomarca"), que pode ser compreendida como a associação de um símbolo gráfico com um logotipo, deve estar comprometido com um a criação de um SIV, Sistema de Identidade Visual.
Por quê?
Porque não basta criar uma assinatura bonitinha para um produto, empresa ou serviço. Design sério se faz com planejamento, prevendo as aplicações e variações da marca em virtude da construção da imagem do produto, empresa ou serviço.
Além disso, a marca deve apresentar de uma forma singular um produto, empresa ou serviço para que seja capaz de distingui-lo de seus concorrentes e/ou similares. Para isso deve ser sintética e econômica, de maneira a realçar os elementos visuais e torná-los mais facilmente reconhecíveis. Nesse sentido, a redundância é extremamente desaconcelhada.
Bom, no exemplo abaixo (enviado por nossa fiel leitora, Kath, da Casa 101) temos um típico caso de redundância, graças a uma solução visual infeliz, pois ao tentar brincar com as letras, a leitura do nome da empresa se perdeu. Como não é possível entender o que está escrito, há uma espécie de legenda, que reforça o nome da empresa abaixo do sinal gráfico. À esta altura do campeonato, a objetividade da mensagem visual já foi para o espaço.
Quanto ao princípio da economia, é possível observar que foi negligenciado: temos diversas tipografias e cores diferentes dentro daquilo que constituiria a marca. Tudo isso compromete outro princípio básico de uma marca: a legibilidade. Legibilidade é a capacidade de leitura e reconhecimento das informações, podendo estar ligada tanto ao texto e sua tipografia, quanto à própria imagem e à capacidade de compreendê-la.
Se brincadeira é coisa séria, legibilidade e design também são.
5 comentários:
Pois é, pena que eles achem que identidade visual seja brincadeira. Obrigada pela citação! a luta continua!
\ Chorei, meus amigos. Chorei.
Essa "brincadeira" deve ter rendido ao autor uns 80 reais, no máximo...
Eu juro que eu tentei ler. O problema não é alguém cobrar 80 mangos em uma marca, o lance é que as pessoas devem entender que muitas vezes a marca éo maior patrimônio de um empreendimento. Portanto, não pode contar com o resto dos orçamentos.
\ Desculpem a ironia. Na verdade, isso aí não vale o magenta que gastou.
Segundo o outro Guilherme, é uma forma do designer ganhar visibilidade... Dou no máximo R$15,00... Araci de Almeida?
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