28.9.09

Buchicho nos bastidores da moda

É desesperador quando um cliente resolve ser criativo a partir de um trabalho de um designer. O pior ainda é quando o designer ou escritório em questão não é nem consultado. Pois é, na última semana fiquei sabendo de um caso muito curioso ligado a criação da marca do Fashion Rio.

O caso foi que o escritório de design de moda/web/produto/gráfico/etc. OESTÚDIO (é isso mesmo),desenvolveu a marca da última edição do evento. O Fashion Rio, que vem se consolidando no Rio de Janeiro passou por uma série de mudanças e portanto justificou a mudança no visual. Porém, segundo o pessoal d’OESTUDIO, a polêmica marca (muitos desgostam, preferem a versão anterior) foi pensada apenas para o uso naquela edição do evento, mas a empresa Inbrands, detentora da marca e de outras também importantes no setor, pretendia utilizar o material e torná-la a marca oficial, apesar de não ter sido projetada, estudada e testada para tal.

Marca do Fashion Rio desenhada pelo OESTÚDIO

Tá, até aí morreu Neves, pois não chega a ser incomum que isso aconteça. O ponto desta história é que de repente surgiu uma versão da marca “inspirada” naquela desenvolvida pelo escritório para outros eventos associados ao Fashion Rio. O furo se deu pelo fato de que quem atualiza o site da Inbrands é o próprio OESTUDIO. Conclusão: está armada a confusão, pois o escritório não foi consultado e seu trabalho estava sendo indevidamente apropriado.

Estas são informações de bastidores, mas precisam ser anunciadas para que todo mundo possa entender melhor as ciladas em que podemos cair pela falta de um contrato claro. A questão aparentemente ainda não foi resolvida e o escritório deverá buscar alguma conciliação.

Porém é preciso que os designers e clientes saibam e tenham muito claro quais os serviços que estão sendo contratados e o quais os direitos e obrigações de cada um. Um sistema de identidade visual, assunto recorrente aqui no blog, exige um tempo de estudo detalhado das aplicações, para que sejam identificados os possíveis problemas antes da marca vir a público. Enquanto as aplicações estiverem sob controle dos designers tudo bem, pois eles têm formação para resolver possíveis problemas visuais, mas uma marca institucional passa a ser usada pela empresa no dia-dia e deve ter sido muito bem estudada e possuir um manual claro que especifica o que pode e o que não pode, para que um leigo seja capaz de utilizá-la.

"Releitura" da marca do Fashion Rio em uma das sub-marcas, feita sem a participação d'OESTÚDIO

Isso tudo sem considerar os direitos de propriedade intelectual, pois embora a empresa possa deter os direitos de uso e aplicação da marca, os direitos autorais sobre a criação artística [fazer o que, se é assim que enquadram esta parte na lei] da marca são inalienáveis de seus criadores e, portanto, passíveis de disputa judicial uma vez que considerado o plágio ou tentativa de descaracterização da marca.

24.9.09

SBGames 2009: Rio!



Sob ponta de faca dos amigos Dinnaps e Ric tomo a palavra para falar do SBGames, nosso mais famosos simpósio tupiniquim sobre jogos, entretenimento digital e afinidades.

Esse ano o SBGames irá ser realizado aqui no Rio de Janeiro e conta com uma proposta de execução mais empenhada em reduzir resíduos sólidos (comuns e exagerados em quase todos os eventos), palestrantes de peso da indústria internacional e uma farta presença de designers de jogos do cenário indie nacional. Ou seja, um evento pororoca de verdes com yuppies e punks regado a musica eletrônica de oito bits.

Informações adicionais podem ser encontradas no site oficial (http://www.puc-rio.br/sbgames09), bem como o que vai acontecer em paralelo ao evento, no qual designers tem voz ativa cada vez maior, seja pensando, criando ou desenvolvendo para um setor que ainda promete mais do que cumpre (embora mostre novidades inusitadas de tanto em tanto[1]).

Quem estiver interessado em participar, um último warning: o evento tem vagas limitadíssimas e as mesmas estão se esgotando rapidamente! Quem não se inscrever logo corre o risco de ficar com o hadouken na mão.

[1] Merchandising Cavalo de Tróia

22.9.09

Design de formatura?

Não é mais novidade e não sei porque continuamos nos surpreendendo. Mas não é que as pessoas continuam inventando ao colocar a bendita palavra "design" em qualquer lugar, para qualquer ocasião.

Estava acompanhando uma aula, quando uma aluna mostrou-me o seguinte cartão mica:






A empresa já existe há algum tempo, mas ainda assim vale menção em nosso digníssimo blog. Além do nome que não diz muita coisa (afinal, o que faz um designer de formaturas?), a marca também é sofrível, possui um símbolo frágil e um logotipo que não diz nada a respeito de seu ramo de atividades.
A mica em si também é digna de uma análise, pois entra em contradição na sua comunicação, utilizando todos os lugares comuns possíveis: a beca, os livros (todos iguais), o globo (quem usa globo hoje em dia?) e as anotações da "Matéria da prova" (que não se deram nem ao trabalho de simular anotações de uma disciplina). Por outro lado a descontração simbolizada pela imagem de fundo, pela repetição do despertador como símbolo para o ato de acordar cedo e pelo All Star, cuja presença não parece muito justificada.Entre o tradicional e o descontraído, não fica clara qual a postura da empresa, que pela marca também não resolve o dilema.
Conclusão: o serviço prestado deve ser (e é, minha irmã se formou com a empresa) exatamente como a mica e a identidade visual, em que se propõe o não-lugar da cerimônia "cult-descontraída", normalmente sacal pois se mantém a cerimônia, para todos os efeitos, com hino nacional, juramento, homenagens, etc. mas adiciona-se também enfeites ridículos, cornetas, cartazes e músicas cafonas, com a intenção de descontrair um pouco. O resultado obtido continua sendo um ritual demorado no qual se tenta, mas não se consegue, fazer um pouco de graça.

O pior é que isso não é a excessão, mas a regra. No fim gasta-se dinheiro, tempo e paciência enquanto apenas aqueles com deveres de comparecer, sejam amigos próximos ou parentes, se esforçam para sobreviver.

Fica a pergunta: o design neste caso deveria ser um diferencial?
Só se for que nem tatuagem, para ficar diferente igual a todo mundo.

Já vimos design de voz, agora de formaturas, qual será o próximo? Cada vez mais, All is Design!

21.9.09

Não plagiarás a marca do próximo..





Estava em sala de aula analisando uma publicação levada por um aluno que estuda a temática do design editorial religioso para seu projeto de final de curso. Eis que virando as páginas me deparei com uma propaganda curiosa, com uma marca que me pareceu ligeiramente conhecida.

Na verdaqde percebi a relação entre as marcas em exatos 0,0217 segundos, pois a semelhança com a marca do Underground (Metrô londrino) é evidente, tirando talvez uma sutil diferença de tipografia, mais pesada do que a original.

Achei curioso pois uma empresa que trabalha com a publicação de livros religiosos possui um enorme repertório visual para explorar, e no entanto preferiu partir para a solução "mais fácil" da apropriação de marcas. Fica a curiosidade de saber porque tal escolha foi feita, principalmente baseada em uma marca tão conhecida mundialmente. Plágio: Cara de pau, falta de informação, ou possessão demoníaca?

PS: Agradecimentos ao Braz, dedicado aluno, e grande desenvolvedor de cartazes do Batman.

15.9.09

As dez mentiras mais comuns que nos são contadas pelos clientes (da série "coisas que não aguentamos mais ouvir por aí"...)

\ Recentemente, o website Painter Creativity publicou o artigo Top 10 Lies Told to Naive Artists & Designers (ou 10 mentiras para enrolar designers e ilustradores, na tradução para o bom português). Na relação publicada abaixo, podemos ler e relembrar aquelas velhas desculpas conhecidas nossas, companheiras marcantes de nossos primeiros anos de atuação profissional. Quem nunca ouviu pérolas como "o trabalho não é pago, mas pense na divulgação que fará do seu nome" ? Ou a boa e velha "ao profissional que enviar o melhor trabalho, pagaremos o prêmio simbólico de 300 reais, apenas como incentivo para este caprixar [sic.] mas este será convidado a participar de novos projetos"?

Desafio nossos leitores a contar quantas das dez mentiras abaixo já ouviram ao longo de sua carreira.

1) “Faça esse trabalho barato (ou de graça) e no próximo pagaremos melhor”
Nenhum profissional que se preze daria seu trabalho de mãos beijadas na esperança de cobrar mais caro mais tarde. Você consegue imaginar o que um advogado diria se você dissesse “me defenda de graça dessa vez que na próxima vez que eu precisar de um advogado eu te chamo e pago melhor”. Ele com certeza riria da sua cara.


2) “Nós nunca pagamos 1 centavo antes de ver o produto final”
Essa é uma pegadinha. A partir do momento que você foi contratado para fazer o trabalho você DEVE pedir uma entrada. O motivo é simples, você está trabalhando desde o momento que se dispõe a fazer a reunião de briefing. Talvez um cliente mais inexperiente queira pagar após ver alguns esboços. Cabe a você aceitar ou não.


3) “Esse trabalho será ótimo para seu portfolio! Depois desse você vai conseguir muitos outros”
Essa é uma das mais típicas. E costuma fazer vítimas principalmente entre jovens que ainda estão estudando. Para não cair nessa, basta pensar “quanto o seu cliente vai faturar com o seu trabalho?”. Além disso, não esqueça que, mesmo que ele indique seu trabalho para outras empresas, com certeza ele dirá quanto custou (ou se foi de graça) e imagine o que os próximos irão querer?


4) Olhando para seus estudos e rascunhos: “Veja, não temos muita certeza se queremos seu trabalho. Deixe esses estudos comigo e vou falar com meu sócio/investidor/mulher, etc e depois te dou uma resposta”
Não dou 5 minutos para ele ligar para outros designers com seus estudos e conceitos criados na mão barganhando melhores preços. Quando você ligar de novo ele dirá que seu trabalho está muito acima do mercado, blá blá blá, e que Fulano Designer vai fazer o trabalho. Mas como eles conseguiram outro designer mais barato? Lógico, você já passou o conceito todo criado! Economizou horas para o designer que vai pegar o trabalho. Então, enquanto você não entrar em acordo com seu cliente NUNCA DEIXE NADA CRIATIVO no escritório dele!

5) “Veja, o job não foi cancelado, somente adiado. Deixe a conta aberta e continuaremos dentro de um mês ou dois”
Provavelmente não. Seria um erro você não faturar o que foi feito até o momento esperando que o trabalho continue depois. Ligue em dois meses e você verá que alguém estará trabalhando no job. E adivinhe! Eles nem ao menos sabem quem você é… e o dinheiro do início do trabalho, lógico, já era!


6) “CONTRATO?? Nós não precisamos assinar contratos! Não estamos entre amigos?”
Sim, estamos. Até que alguma coisa dê errada ou ocorra um mal-entendido, e você se transforme no meu maior inimigo e eu sou o seu “designer estúpido”, aí o contrato é essencial! Simples assim! Ao menos que você não ligue em não ser pago. Qualquer profissional usa um contrato para definir como será o trabalho e você deve fazê-lo também!


7) “Envie-me a conta depois que o material for pra gráfica”
Por que esperar por esse deadline irrelevante? Você é honesto, não? Por que você deveria ficar preso a esse deadline? Uma vez entregue o trabalho, fature! Essa desculpa possivelmente é uma tática para atrasar o pagamento. Assim o material vai pra gráfica, precisa de alterações intermináveis e, adivinhe, ele arranja outra pessoa pra fazer as alterações necessárias, o material vai pra gráfica e você nem fica sabendo!


8) “O último designer fez esse job por R$ XX”
Isso é irrelevante. Se o último designer era tão bom por que ele te chamou? E quanto o outro cobrava não significa nada pra você. Pessoas que cobram muito pouco pelo seu tempo acabam fadadas ao insucesso (por auto-destruição financeira). Faça um preço justo, ofereça no máximo 5% de desconto e não abra mão disso.


9) “Nosso orçamento para esse job é de XX reais”
Interessante, não? Um cara sai para comprar um carro e sabe exatamente quanto ele vai gastar antes mesmo de fazer uma pesquisa. Uma quantia de trabalho custa uma quantia de dinheiro. Se seu cliente tem menos dinheiro e ainda assim você quer pegar o trabalho, dedique menos horas a ele. Deixe isso bem claro ao seu cliente, que você dedicará menos tempo que o estimado para finalizar o trabalho porque ele não pode pagar por mais horas. A escolha é sua.


10) “Estamos com problemas financeiros. Passe o trabalho para nós e, quando estivermos em melhor situação, te pagamos.”
Claro, mas pode contar que, quando o dinheiro chegar, você estará bem lá no final da lista de pagamentos. Se alguém chega ao ponto de admitir que está com problemas financeiros então provavelmente o problema é bem maior do que parece. Além disso, você por acaso é um banco para fazer empréstimos? Se você quer arriscar, pelo menos peça dinheiro adicional pelo tempo de espera. Um banco faz isso, não faz? Por que provavelmente esse é o motivo deles quererem atrasar seu pagamento, ter 6 meses de dinheiro “emprestado” sem ter que pagar juros, o que não aconteceria se ele tivesse que emprestar do banco. Não jogue dinheiro fora!


Bom, o motivo de tudo isso não é deixar você paranóico ou coisa do tipo, mas sim injetar um pouco de realidade no mundo de fantasia da maioria dos designers. Você certamente vai tratar com pessoas muito diferentes de você. As motivações e atitudes certamente são diferentes. Eu infelizmente vejo, muitas vezes, exemplos de pessoas envolvidas em situações com a mais nobre das intenções e acabam literalmente se dando mal. Porque a maioria dos designers enxergam os trabalhos como uma oportunidade de fazer aquilo que mais gostam com dedicação, simplesmente porque amam o que fazem! A outra parte não tem a negociação tão idealizada ou romantizada, muito pelo contrário.

Como lidar com todas essas coisas e ainda assim fazer um trabalho criativo? Boa pergunta! É por isso que ir atrás da informação é importante. Você aprende a trabalhar com todas as técnicas do design, mas não aprende a arte da negociação. Muitos designers ignoram este aprendizado, o que é um grande erro. Sugiro que o mínimo seja incorporado assim certamente você não sentirá seu trabalho como uma grande perda de tempo e dinheiro!

Top 10 Lies Told to Naive Artists & Designers (Mark W. Lewis, 2005). Texto original em inglês Painter Creativity. Disponível em: <http://www.paintercreativity.com/articles/top-10-lies.html> Acesso em 15 set. 2009. Tradução para o português de Debora Behar.


\ Eu já ouvi nove. E outras, que não estão no gibi.

Agradecimentos especiais a Mônica Fuchshuber por ter encaminhado esta preciosidade via lista Design Gráfico.

5.9.09

100 anos de efeitos especiais visuais no cinema

\ Semana passada recebi a indicação de um excelente vídeo no Youtube com um panorama histórico dos efeitos especiais no cinema.

Focado nos efeitos especiais visuais (é sempre bom fazer a distinção), Visual effects: 100 years of inspiration é uma montagem de trechos de filmes e making-ofs de obras de efeitos visuais notáveis do século XX — e também da primeira década do século XXI, ainda que essa não fosse a proposta inicial. Nesta coleção, estão presentes a divisão do Mar Vermelho pelas mãos de Moisés em Os dez mandamentos (1923), o gorilão apaixonado de Willis O'Brien em King Kong (1933), os espadachins-esqueleto do mestre Ray Harryhausen confrontando a trupe de Jasão e os Argonautas (1963), o perseguidor implacável T-1000 de O Exterminador do futuro 2: o julgamento final (1991) e um Brad Pitt que não pega ninguém em O curioso caso de Benjamin Button (2008).


Visual effects: 100 years of inspiration (2009).

Mais informações encontram-se disponíveis na página no Youtube. O vídeo foi originalmente concebido para uso educacional, como introdução a uma palestra sobre efeitos visuais no cinema realizada em sala de aula. A trilha sonora é Rods and cones, dos cara-pintadas Blue Man Group (que farão, muito em breve, apresentação no Rio de Janeiro). Os filmes exibidos (poucos possuem legendas na tela para identificação) são os seguintes:

The Enchanted Drawing (1900);
O grande roubo do trem (The Great Train Robbery, 1903);
Os dez mandamentos (The Ten Commandments, sil., 1923);
Sunrise (1927);
King Kong (1933);
O mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939);
O ladrão de Bagdá (The Thief of Bagdad, 1940);
20 mil léguas submarinas (20,000 Leagues Under the Sea, 1954);
O planeta proibido (Forbidden Planet, 1956);
Jasão e os Argonautas (Jason and the Argonauts, 1963);
Mary Poppins (1964);
Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977);
Tron (1982);
De volta para o futuro (Back to the Future, 1985);
Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit?, 1988);
O segredo do abismo (The Abyss, 1989);
O Exterminador do futuro 2: o julgamento final (Terminator 2: Judgement Day, 1991);
O jovem Indiana Jones
(The Young Indiana Jones Chronicles, piloto, filme para TV, 1992);
Parque dos
dinossauros (Jurassic Park, 1993);
Homem-aranha (Spider-Man, 2004);
King Kong
(2005);
Piratas do caribe 2: o baú da morte
(Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest, 2006);
Piratas do caribe 3: no fim do mundo (Pirates of the Caribbean: At World's End, 2007);
A bússola de ouro (The Golden Compass, 2007);
As crônicas de Spiderwick
(The Spiderwick Chronicles, 2008);
O curiosos caso de Benjamin Button
(The Curious Case of Benjamin Button, 2008).

Apenas para constar: Em novembro deste ano, o primeiro filme da lista completará 109 anos. Este é nada menos que The enchanted drawing, de James Stuart Blackton, com produção dos estúdios de Thomas Edison. Trata-se de um dos primeiros filmes do cinema a empregar a técnica de substituição por parada de ação para a realização de efeitos mágicos. Paralelamente, nesta mesma época o pai dos efeitos especiais no cinema Georges Méliès (que absurdamente não foi incluído nesta relação) já realizava experimentos semelhantes com a mesma técnica. Novamente, consta nas entrelinhas do discurso o pensamento do norte-americano que querer ter sido o primeiro em tudo — e se posicionar como tal, sutilmente, utilizando-se para tanto do pesado poderio de sua indústria cultural.

É interessante formular um exercício de raciocínio a respeito dos efeitos visuais. Se pensarmos nos primeiros filmes dos Lumière, e em como os irmãos tornaram possível em 1895 uma parede demolida se reconstruir apenas invertendo a ordem dos fotogramas de uma obra acabada, fatalmente concluiremos que os efeitos especiais visuais possuem pelo menos a mesma idade que o cinema. A técnica cinematográfica é em si um efeito especial visual, que nos permite assistir 'fotografias animadas' projetadas em uma tela gigantesca. Se evocarmos a Animação e os dispositivos óptico-mecânicos, a idade dos efeitos visuais torna-se ainda maior (ainda que, a rigor, não se tratem de filmes). Se lembrarmos então dos teatros de sombras e das lanternas mágicas... xiii!

Apesar de todas as críticas, e de todos os filmes que cada um de nós dirá que o realizador do vídeo se esqueceu de incluir (cada leitor deste blog provavelmente terá a sua lista ideal), trata-se de uma obra no mínimo curiosa e bem executada. Particularmente, acho uma pena o autor ter dado tanto destaque a filmes recentes (e que foram lançadas depois dos alardeados 100 anos, já no século XXI) e menos a produções mais antigas, base sólida sobre a qual a magia do cinema se consolidou. Ainda assim, este nos permitiu um divertido exercício de recordar, aprender e rever!

(Reblogado de o quadro-negro animado.)

1.9.09

Tupigrafia: enquanto uns roubam, outros doam...

\ Ainda na trilha do choque do sumiço de 615 livros na biblioteca da ESDI, divulgado na semana passada, eis que enfim soubemos de uma ótima notícia para as instituições de ensino superior em Design do país.

A revista Tupigrafia, excelente periódico sobre tipografia editado no Brasil (nem cabe aqui investir tempo comentanto a respeito, quem trabalha na área sabe), fará doações de seus exemplares para bibliotecas de cursos de Design e arquitetura (?!). Abaixo, segue a mensagem do designer Tony de Marco, um dos editores:

Senhoras e senhores é com grande satisfação que anuncio o PROGRAMA de DOAÇÕES da TUPIGRAFIA.

Graças a uma pessoa incrível, generosa, inteligente e que prefere se manter no anonimato, vamos enviar as edições existentes da revista (nº1, nº7 e nº8) para as bibliotecas das faculdades de Design e Arquitetura.

As faculdades receberão também as próximas edições e as futuras reedições (2, 3, 4, 5 e 6) na época e sua publicação.

Para isso precisamos dos dados exatos das instituições. Os membros dessa e de outras listas (por favor, espalhem a notícia) são as pessoas que podem nos ajudar nessa empreitada.

O que precisamos:
Endereço completo da instituição de ensino
Relação de cursos que justifiquem o envio da revista
Email do responsável pela biblioteca

Sem essas informações não poderemos incluir a instituição no programa

Cordialmente

--tony
http://www.flickr.com/photos/tonydemarco

\ Você, estudante de Design, o que está esperando? Envie esta mensagem ao coordenador de seu curso ou colete as informações pedidas e mande pro Tony em vendas@tupigrafia.com.br

Ou vai deixar todas essas revistas para o seu amigo esquisitão que faz arquitetura?