Bom, depois de algum tempo, volto novamente a falar de Curitiba.
Dois são os motivos que me levam a fazê-lo:
1- Estou em dívida com o blog, afinal faz alguns dias que não contribuo com um post.
2- Estou em dívida com Curitiba, afinal já faz tempo que
prometi colocar uma coisa boa sobre a cidade. (Até queixas apareceram!!)
O primeiro motivo me faz lembrar que em geral procuramos sempre coisas curiosas, diferentes, engraçadas (às vezes até dramáticas) para postar. Ser um DJ é sair na rua com o olho atento para qualquer coisa que renda um bom post e que dê caldo para uma boa discussão. Talvez por esse mesmo motivo que
Curitiba tenha se
destacado tanto aqui em nosso blog. Não pela cidade, não pelos designers (vi excelentes trabalhos e pesquisas por lá), muito menos por qualquer implicância com o "espírito curitibano", mas pelo fato de estar numa
outra cidade vendo coisas novas, com o olhar muito mais aguçado pelo estranhamento. Por vezes o cotidiano ofusca coisas que para o olhar do estrangeiro acaba saltando aos olhos. Eu fui a Curitiba com os olhos bem abertos e uma
câmera fotográfica na mão. Some-se a isso o agravante de estar respirando design a semana inteira por conta dos congressos (uma vez para o P&D e outra para o SBDI).
O segundo motivo não é bem um pedido de desculpas, mas uma oportunidade de mostrar os contrastes comuns nos grandes centros urbanos. Como
Jusiticeiros, justiça seja feita: fica evidente que em todas as outras postagens não falei de trabalhos de designers profissionais, mas possivelmente sobrinhos, micreiros ou alguém que sabe "operar um programa gráfico". Contudo, andando pelo centro de Curitiba, me deparei com algo que me chamou muito a atenção: os cartazes das peças do teatro Guaíra.
Antes de seguir a narrativa, abro um parênteses para falar sobre cartazes de peças de teatro.
(Já repararam que apesar de ser uma excelente oportunidade para experimentação visual, muitos designers de cartazes têm o péssimo hábito de seguir os cânones hollywoodianos? É muito comum ver peças gráficas onde o que se vê é uma foto em close-up do artista famoso (global??) em primeiro plano, com o título da peça em letras garrafais. E pensar que o design gráfico se desenvolveu muito a partir dessa mídia. Lembrem-se de
Toulouse Lautrec e
Alphonse Mucha!!)
Agora, qual não foi minha surpresa ao notar que, das 4 peças em cartaz, os 4 cartazes não eram apenas interessantes individualmente, como também se harmonizaram lado a lado!!
Caso raríssimo e exemplar, não pude deixar passar. Com minha máquina na mão bati a foto imediatamente, pensando "
O pessoal lá no Rio tem que ver isso!!".
Algumas críticas podem até ser feitas, mas o que me espanta é que entre mortos e feridos, os 4 se salvam!!
Ponto para Curitiba!!!