9.7.09

Dança da motinho.

\ Ontem à noite o governo brasileiro regulamentou as profissões de motoboy, mototaxista (!) e motovigia (??!). Curiosamente, trata-se do mesmo governo que "desregulamentou" os jornalistas, dias atrás.

Não pretendo retomar hoje a velha discussão sobre a regulamentação da profissão de designer. Com muito medo do futuro, faço apenas um exercício de criatividade imaginando quais serão as próximas profissões regulamentadas pelo governo: sobrinhos? micreiros? designers de [sic] soMbrancelhas?

Que fique claro que o meu problema não é com os motoboys! Salvo quando os mesmos atrasam aquela prova de prelo que vem da gráfica ou quando arrancam o retrovisor do meu carro no sinal fechado, para mim trata-se de uma profissão tão digna quanto qualquer outra (qualquer outra que não envolva política). Minha dúvida diz respeito à orientação profissional oferecida aos meus alunos: incentivo-os a investir em quatro anos de formação acadêmica ou a comprar uma moto e um capacete?


* Este texto partiu de uma mensagem enviada pela profª Cristiana Fernandes, coordenadora de graduação que há anos batalha pelo ensino do Design no interior fluminense.

23 comentários:

Dinnaps disse...

\ Sugestões para as próximas profissões a serem regulamentadas podem ser incluídas aqui. Cake designers, hair designers, polidores de mastro e animadores de festinhas podem aproveitar para deixar registrado seu apelo ao governo.

Guix disse...

Acho importante regulamentar a profissão de político... Chega de amadorismo! Como pode um presidente de senado dar tanta bandeira? Nem suplente, que é uma espécie de estagiário do ofício...

E na mesma linha de vilipêndio conclamo ao reconhecimento oficial do fuck designer para pornochanchadas e afins.

Ricardo Artur disse...

Neste tópico discordo escandalosamente. Não há como comparar profissões liberais com outros tipos de emprego.

Na minha opinião tem que regulamentar motoboy, doméstica, porteiro, operário, etc. Eles realmente carecem de um amparo legal para atuar com carteira assinada e benefícios.

Por outro lado tem que "desregulamentar" publicitário, jornalista, administrador, economista, músico, etc. Nas profissões liberais não é necessária formação específica para se atuar no métier. Mas competência.

Design é interdisciplinar, não é fácil definir um corpo de atuação sem privilegiar determinados aspectos e omitir outros. Haja vista que designer é uma coisa, animador é outra. Mas quantos animadores não se formam em cursos de Design?

A regulamentação é um tipo de corporativismo que faz muito sentido na área do Direito, por exemplo, mas que no caso do Design deveria se dar um passo a frente.

O que acho necessário é uma organização política eficiente, representada por uma associação eficaz. Com todo o respeito às nossas associações, mas acredito que somos muito mal amparados por elas.


Se houvesse um amparo maior pelas associações, teríamos os benefícios jurídicos garantidos pela força de nossa representação.

Programadores, analistas de sistemas e desenvolvedores não estão se queixando tanto com o fato de não serem regulamentados.

Dinnaps disse...

\ Ricardo, concordo e discordo de tudo o que você disse. Mas há de se convir que se não existimos aos olhos do governo, jamais seremos avaliados adequadamente pelo mesmo, e será sempre o parto que é hoje conquistar o espaço da profissão.

Como já disse, não sou o grande panfletário da regulamentação (ao menos não do modelo que se pretendia para a mesma) e nem quero retomar esse assunto... mas reconhecimento é importante SIM. E reconhecer a profissão de mototaxista e motovigia...* O fuck designer do Guix deve ser o próximo da lista, então.

Ricardo Artur disse...

Realmente não sei qual será o real benefício da regulamentação.Acredito que o momento atual é o da desregulamentação e sou adepto desse movimento. Inclusive acho ótima a desregulamentação do jornalismo.
Compreendo o ponto de vista, mas achei pertinente postar uma outra opinião. Existe um ufanismo por parte de muitos designers que acreditam que a regulamentação vai criar mais empregos, melhorar condições de trabalho e acabar com a "sobrinhagem". Na minha opinião a regulamentação não vai acabar com isso, mas deve, em contrapartida, limitar a interdisciplinaridade do campo.
Acho que, apesar de tudo, a indefinição da área de atuação do designer benéfica à profissão.
Mas principalmente quis postar uma opinião contrária para manter o debate num nível democrático, mostrando que não há um consenso entre os DJ's.

Dinnaps disse...

\ Realmente, acho saudável essa diversidade de opiniões e um contraponto, e também não sou um dos partidários da regulamentação da profissão. Ao menos não essa regulamentação paternalista e pedinte que se prega chorosamente nas universidades.

Mas há uma questão nesse pensamento romântico contrário à regulamentação das profissões de que as pessoas se esquecem, que é o reconhecimento. Enquanto as pessoas não souberem o que nós fazemos, será sempre difícil saberem do que somos capazes. E a ignorância sobre a área irá perdurar. Nem é preciso dizer o quão negativo isso é para os negócios, senão para o próprio posicionamento do indivíduo na sociedade.

É característico do designer falar da interdisciplinaridade da área (que sequer é interdisciplinar, mas sim TRANSdisciplinar, isso é um pensamento de vinte anos atrás) com romantismo e achar que é capaz de fazer qualquer coisa, o PROBLEM SOLVER alemão. E isso está longe de ser verdade, principalmente quando vejo alguns professores meus se enrolando com os próprios números.

Cuidado para não cair na velha armadilha: quem faz TUDO, quem não tem limites de atuação definidos, na realidade não faz NADA, nem nunca vai conseguir explicar o que faz para os que estão a sua volta.

Abração.

Dinnaps disse...

\ Ah sim! Faltou dizer que a regulamentação NÃO vai gerar mais empregos (vai até tornar mais difícil quem não tem formação acadêmica atuar na área), NÃO melhorará as condições de trabalho e nem espantará o sobrinho dos clientes pequenos.

Agora o dia que você fizer uma prova para trabalhar na MultiRio ou na Fiocruz, meu caro, você terá questões referentes ao campo DO DESIGN na prova, e não coisas sobre Aumont e Argan, pq a sua área está dentro de comunicação (ou dentro de arquitetura, ou das artes plásticas, ou de alguma engenharia). E quando você pedir verba de pesquisa para os seus futuros projetos, meu caro estudante de doutorado, poderá ser julgado por profissionais da área e não por uma junta de engenheiros, que é o que constantemente acontece hoje, já que a nossa profissão praticamente não existe aos olhos da administração pública (só quando é para cobrar dinheiro).

Ricardo Artur disse...

Concordo com diversos argumentos, mas não considero romântico pensar em interdisciplinaridade no Design, afinal vivencia-se isso na prática.
Não vou discutir o que é inter, trans, multi ou disciplinaridade. Definir isso é tão polêmico quanto discutir a regulamentação. Não quero transformar isso numa discussão acadêmica quanto ao conceito, pois vamos precisar citar as definições para nos entedermos. Afinal, para Piaget é uma coisa, para Jantsch é outra, e para Japiassu outra.
A questão prática da interdisciplinaridade (ou trans se você prefere) é a da dificuldade de circunscrição da atividade. Quantos designers trabalham como animadores, produtores gráficos, diretores de arte (em diversos ramos), designers de interiores, cenógrafos, estilista, designers de tipo, de moda, de produto, de ponto de venda, de interfaces, etc.

É muito amplo. Além disso, não é raro um profissional atuar em diferentes ramos. Portanto, regulamentar ou excluiria determinados ramos de atuação, ou obrigaria a diversas micro-regulamentações.
Para o profissional de designer isso implicaria a associação a diferentes sindicatos para atuar em diferentes áreas.
Se os programadores reinvidicassem uma regulamentação, muitos webdesigners formados pelo design não poderiam construir websites, ainda que de programação simples.
Não acho isso romântico, acho uma questão de prática.

Quanto aos concursos, concordo sobre a questão das áreas, mas cá entre nós o que se lê num curso de design? Porque um animador não deve ler Aumont, por exemplo? A questão é muito mais profunda, passsa pela definição epistemológica da disciplina do Design, que, como disse, compreendo como interdisciplinar.
Se vou atuar na área de animação e cinema o referencial teórico deve ser diferente da área de produto.

Quanto à submissão e julgamento de projetos é importante mencionar que as comissões também são constituídas por designers (não apenas por engenheiros, e vc sabe disso, pois seu orientador de mestrado já participou delas).
Aí reside outro problema, qual a circunscrição do campo do design? Humanas? Exatas? Aplicadas? Isso em si já é um outro grande debate. Os projetos, contudo podem ser submetidos a outras áreas também, depende do edital.

No campo acadêmico acho que a organização política a qual me referi vale tanto quanto na prática da profissão. O fato é que os cursos ao invés de se unirem ficam de picuinha, uns contra os outros, tentando desbancar este ou aquele, gongando artigos em congressos, além de outros atos sórdidos de bastidores.

Acho que o problema é esse: design é um campo desunido, seja no exercício da profissão e na academia.

Ricardo Artur disse...

Se a união faz a força, a desunião é a grande fraqueza de nosso campo.

É claro que ser um profissão não regulamentada, enquanto outras o são, nos causa um prejuízo muito grande, não nego.

Mas como disse minha posição é contrária, pois se os outros campos em que atuamos começarem a reinvidicar seus espaços, estaremos extremamente limitados.

Veja o campo das artes plásticas por exemplo. De que serve um diploma, ou a regulamentação para a formação de um pintor ou escultor. Sua inserção funciona a partir do mercado, seu reconhecimento e consagração a partir de sua aceitação no campo. Quem diz quem é artista ou não está dentro do próprio campo.

Acho que a situação no design é análoga. Se disserem o que um artista plástico deve ou não fazer, pode ou não atuar, vejo como o fechamento de diversas possibilidades. Assim como vejo o designer.

Não vejo o designer como problem solver. Pelo contrário, é um agente crucial do capitalismo, que visa ao lucro através de uma prestação de serviçõs que envolve a manipulação da forma, dos meios e processos. Mas isso é muito amplo, e problemático de criar uma delimitação.

Definir é limitar. (sim, essa definição gera um paradoxo).

Ricardo Artur disse...

Ah, aproveito para fazer uma denúncia: sabem que academicamente os arquitetos querem reinvidicar a circunscrição do design à sua disciplina, pelo simples fato da Bauhaus ser também considerada uma escola de arquitetura?
Imaginem o desastre que seria para as áreas de comunicação visual, moda e mídias digital.

Dinnaps disse...

\ Se definir é limitar, não definir (ainda que minimamente, não digo para ninguém ditar regra) é não ter identidade. Você já trabalhou com comunicação visual e sabe que samba-do-crioulo-doido não funciona para a identificação de um produto ou uma empresa. O mesmo vale para uma atividade profissional. Principalmente uma com um pomposo nome em inglês em que as pessoas sequer saber quando devem falar "design" ou quando devem falar "designer". E isso não acontece só com as camadas mais humildes.

Ler Aumont, Argan, Benjamin é muito bom, mas não creio que seja apropriado ser questionado a respeito em uma prova de DESIGN. Mas se é o vale-tudo que você está defendendo, pq não? Poderiam perguntar também os nomes dos ossos da mão, ou sobre algum artigo da constituição. Na prática, é a mesma coisa.

Sobre as comissões de avaliação acadêmica, isso é algo que até melhorou muito dos últimos anos para cá, mas a questão de sermos avaliados por engenheiros em uma famosa instituição de fomento a pesquisa me foi relatada pelo seu orientador de mestrado, que por sinal você mencionou.

E sobre a questão dos arquitetos, é lamentável mesmo, mas é o que acontece quando uma profissão não tem identidade perante a sociedade. Todos sabem o que o arquiteto faz (de modo geral) e qual a diferença entre dizer "arquiteto" e "arquitetura". Mas a grande maioria da população ainda acha que fazer designer [sic] é desenhinho, e quando perguntam a um designer ele responde que design é tanta coisa, faz tanta coisa, que é tudo! E isso é o mesmo que NADA! Mais multi/inter/trans/disciplinar (o que você preferir) impossível!

Ricardo Artur disse...

Vou tentar me estender menos, uma vez que perdi a resposta anterior.

Concordo, há um problema de identidade.
Concordo, há um problema de reconhecimento.
Concordo, a regulamentação pode contribuir. Mas vejo como um aspecto, que talvez não seja o mais importante.

Discordo, não se trata de vale-tudo. NA PRÁTICA, ler Aumont e Argan deveria ser obrigatório a algumas vertentes do design e não é o mesmo que ler sobre os ossos da mão. Aquilo foi uma abordagem grosseira do assunto.

A pergunta então seria, o que é uma PROVA DE DESIGN? No meu entender, no caso de animadores para a MultiRio deveria ter questões de Design, Cinema e Comunicação. Já para designer gráfico da FioCruz, o Cinema não importa, mas talvez questões de sáude sim.

O fato é que cada instiuição define sua prova, enquanto não há uniformidade nos currículos universitários de Design e na respectiva literatura. Talvez o ENAD ajude nesse quesito, mas duvido que a regulamentação pese tanto nesse processo.

Por fim, acho que a questão da identidade é mais complexa do que a regulamentação. Há um projeto da UFPE de inserir Design no ensino fundamental. Talvez isso ajude a difundir a profissão.

Outro grande problema que você apontou muito bem é uma indefinição da atividade dentro do próprio campo. Nem acadêmicos, nem profissionais concordam nas definições do que vem a ser Design.

Enfim, acho muito complexo e podemos debater aqui durante muito tempo. Embora concorde que a regulamentação possa contribuir para o reconhecimento, acho que são aspectos distintos. Não acho que esse dependa daquele.

Pelo visto nossas opiniões divergem bastante. Mas fico feliz pelo debate.

Dinnaps disse...

\ Apesar de toda divergência, você, por fim, acabou me dando razão nos pontos principais que defendi acima. Como escrevi anteriormente, não sou partidário da regulamentação da profissão como vem sendo proposta / chorada pelos cantos em congressos e encontros de estudantes. Mas há uma questão de reconhecimento e valorização da profissão que merece ser levantada e defendida. Algo que começa por nós, profissionais e pela associações que nos representam [tsc!], mas que passa sim por um reconhecimento do poder público, que na hora de cobrar sua mordida nos recebimentos se faz bastante interessado e presente.

O reconhecimento da profissão (e não necessariamente a regulamentação) é uma questão de cunho SOCIAL que, enquanto não resolvermos, será sempre um entrave para o crescimento sadio da área e até para a nossa própria participação na comunidade.

Sobre os concurso e ler ou não Argan, há áreas mais próximas e mais distantes da nossa, mas se estamos falando de um teste de conhecimentos em DESIGN. Perguntar sobre Benjamin ou Baktin, por exemplo, é tão equivocado quanto perguntar sobre o carpo e o metacarpo. Concordo que são leituras excelentes. Mas já há muito que é básico para a profissão e que um designer deveria conhecer, muito o que testar de um candidato. Que perguntem sobre Gropius, Papaneck, Munari, Kandinsky e Aloísio Magalhães (p.e.). E não me lembro de ter lido, em nenhum momento, Argan ou Aumont falarem de Design. Até de Animação o último já falou.

E esqueça os animadores nessa discussão, que com eles o problema é outro. As vagas na MultiRio E NA Fiocruz eram especificamente para Designer / Programador visual. E até uma pergunta sobre tubos de raios catódicos de TV caiu. Ou será que consertar aparelhos de TV agora também faz parte da trans-meta-inter-disciplinaridade da nossa profissão?

Guix disse...

Nessa hora, depois de muita reflexão, parafrasea-se Sérgio Mallandro:
- Rá!

Dinnaps disse...

\ Para vocês verem como essa questão de regulamentação / desregulamentação está confundindo os miolinhos cansados.

Essa semana tive o desprazer de ouvir nosso companheiro DJ Beluga Cruz se definir como JORNALISTA (?!). Ou seja, aproveitando que abriram a porteira no jornalismo, e cansado de as pessoas acharem que ele faz desenhinho, nosso colunista agora não se apresenta mais como designer. A crise de identidade é tanta que ele sequer sabe se continua se apresentando como Beluga ou com seu nome de batismo, consagrado no Estadão.

Ah sim, e o pior: ele se apresenta como jornalista a serviço do blog DA CONCORRÊNCIA! Não vou fazer propaganda gratuita, mas o público nerd já sabe de que estou falando...

Que vergonha... tsc, tsc!

Gabriel Cruz disse...

Acho que vamos chegar a 30 comentários agora...

que raio de acusação é essa que me chega agora aos comentários? em momento algum afirmei ser jornalista, apenas disse que ME IDENTIFICARAM dessa forma visto que costumo escrever (assinando inclusive com meu nome de batismo) para um blog que não considero da concorrência, inclusive já foi divulgado em um post dessa diginissima casa...

Agora o pior é ver que um renomado Designer que já leu Aumont, Argan, Benjamin, Baktin, entre outros vir com esse jornalismo denúncia digno de capa de "O Povo"

Dinnaps disse...

\ Nananã... essa eu presenciei um dia desses, nem adianta negar...

Seu caso é uma ótima ilustração do que eu estava argumentando. E isso é um absurdo! Eu nunca li Baktin, assim como jamais comi sushi de garfo e faca. Jamais!

Gabriel Cruz disse...

Ah Claro! mas deve comer de Hashi, o que segundo a cultura japonesa não é correto.

Nota: o Hashi deve ser utilizado para o Sashimi... o Sushi deve ser comido com a mão..

Dinnaps disse...

\ Como com os pés, Petrucio Felker. Afinal, que raio de nerd-animador é você que não pegou a referência?

Gabriel Cruz disse...

Eu sou um apenas um... Designer... :P

Dinnaps disse...

\ OK, não se fala mais nisso...

Kitty disse...

Gente, quando se fala de regulamentação para designer, cada um olha para seu espaço e para a cidade onde trabalha. Por incrível que pareça, apesar de Volta Redonda estar a 100Km do Rio, tem gente aqui que paga o sobrinho para "ajudar", já que ele fez um curso de web designER no MicroFINS... mas não dá dinheiro para um cara formado, até porque tem gente aqui que só ouviu esses dias a palavra Design naquele carro recém-lançado da KIA (Santa Kia). Vocês não fazem idéia da luta diária... Desde o último N que participei como estudante, que não vem ao caso falar qual foi a edição, tinha prometido não falar mais dessa tal regulamentação. Porém, venho repensando, já que o buraco no aço é mais pesado por aqui. Aliás, quem é que vai se responsabilizar pela argola do banco do FOX que arranca o dedo... ou por eu não ter conseguido enviar meu imposto de renda a tempo por não encontrar a p... do botão de envia??? Ah, e ainda querem enfiar a gente no CREA!
Ah, o R do ano que vem vai ser aqui. Convido a todos virem, verem de perto e me ajudarem a trazer as empresas descrentes!

Ricardo Artur disse...

Ufa! Chegamos em um consenso.

Sobre a questão bibliográfica, acho que há uma grande dificuldade em estabelecer precisamente quem fica dentro e quem fica fora. Pois não sei se basta apenas falar de Design, pois esta tal de inter-trans-meta-hiper-disciplinaridade, que seja, faz com que esse campo de conhecimento seja pouco circunscrito.

Papanek, Gropius, Munari, Kandinsky, Magalhães são importantes sim, e muito. Acho que eles precisam entrar, mas será que um cara como o Aumont, que fala das diversas teorias que dão conta da percepção e significação da imagem deve sair só porque não usa a palavra design?

Não quero prolongar a discussão ainda mais, só acho que é muito complicado. O Gustavo Bonfim por exemplo tem uma série de artigos discutindo o que seria o campo teórico do Design. Outro que também faz isso é o Findelli e eles mostram essa fragmentação.

Em termos de concurso isso piora, pois avalia-se apenas o que o designer conhece ou o que se quer que ele conheça?

Não tenho resposta a essa questão, mas com certeza ignorar o que é design atrapalha muito.

Cristiana, como o Dinnaps falou, o reconhecimento do Design é uma questão social complexa e que precisa da articulação de diversos setores.

No meu ponto de vista é preciso que nós olhemos um pouco para além dos nossos umbigos e comecemos a criar eventos que visem ao público de não-designers.
Mostras, debates transdisciplinares, exposições, congressos.

O N e o R são ótimos, mas ficam muito restritos, assim como os congressos acadêmicos, aos próprios designers. Precisamos alcançar os outros setores também.