18.1.07

A "novidade" dos carros compactos no Brasil...



Estava lendo recentemente notícias de jornal, quando uma reportagem falava da grande novidade que veremos nos próximos anos, a vinda de carros chineses para o Brasil. Isso não seria tão impactante, uma vez que já estamos acostumados a ver bólidos coreanos circulando por nossas ruas, e seria natural a China, uma superpotência econômica, desembarcar seus produtos aqui. A reportagem falava sobre a vinda da empresa "Chery" que traria um utilitário esportivo e a "grande revolução", um carro compacto conhecido como "Chery QQ" (não se parece com aquele tal de Pikachu?). O QQ é conhecido por ser "muito parecido", ou seja, uma suposta falsificação de uma versão menos recente do Chevrolet Spark que é um compacto da oriental Daewoo, subsidiária da GM. O Spark já é vendido pela bandeira Chevrolet aqui na América Latina em alguns países como Equador e Venezuela. A promessa do presidente da GM do Brasil é trazer o carrinho para o mercado brasileiro também, para competir com seu "menecma" chinês. Os carros compactos vendem pela praticidade, por serem "bem bolados", pelo design, afinal não tem potência de motor e nem status de riqueza, isso é terreno para outra categoria de automóveis. Isso me lembrou o europeu Smart, que faz sucesso também pelas formas e pelo aproveitamento de espaço, economia de combustível e etc... Aliás, seu nome já faz o marketing do que se propõe. Como bom designer de terras brasileiras, me lembrei imediatamente que o conceito de carro compacto não é novidade para nós, e mais, projetos brasileiros existiram e foram jogados na lama, sem nenhum incentivo. Me lembro dos carros da Gurgel, com principal destaque para o BR-800, e o projeto mais consistente da empresa, o chamado "Supermini". Lançado em 1992, o carro estava à frente do seu tempo. Um projeto de carro compacto nacional lançado 15 anos antes disso tudo virar moda! Antes do mercado brasileiro aceitar isso numa boa. A Gurgel faliu em 1994, sem receber nenhum apoio governamental, que preferiu ajudar as montadoras estrangeiras subsidiando o lançamento de seus veículos com motor 1.0. Agora os compactos estrangeiros vem com toda a pompa e com ares de novidade. Imagino como teria sido bom para engenheiros e designers brasileiros se projetos nacionais como os da Gurgel tivessem recebido apoio mais concreto.

Notícias sobre o projeto do Supermini:
http://quatrorodas.abril.com.br/classicos/brasileiros/conteudo_143471.shtml

2 comentários:

Anônimo disse...

ou então quem sabe fossem trabalhar na GM ou outras empresas estrangeiras. Realmente foi lamentável o fim da Gurgel!

Ricardo Artur disse...

Minha tia tem um gurgel!! :)