Não poderia deixar de resgatar um dos casos mais peculiares de 2006.
No ano de 2006, como muitos sabem, ocorreu o 7 º P&D, Congresso Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, que aconteceu em Curitiba.
Ao longo da estadua na cidade inúmeras situações ocorreram e diversos exemplares de design e arquitetura foram observados ( imaginem como é andar numa outra cidade com um pelotão de designers cariocas!!)
Entre os diversos fenômenos de idedntidade visual destaco este pequeno caso, que despertou a dúvida de todos os passageiros do ônibus fretado pela PUC-Rio.
No Centro da cidade de Curitiba podemos encontrar esta singela casa de sucos e pastelaria, e que sabe-se lá por que cargas d´água tem o nome de Pão de Queijo Master. Afinal, por que uma casa de sucos e pastelaria não se chama Sucos Master ou então Pastelaria Master?
Bem.. além deste primeiro equívoco, há ainda o mistério a ser desevendado. O que o micreiro, ou sobrinho, ou aspirante a designer quis representar? Seria aquela massa disforme um pão de queijo??
Vemos ao lado que a forma do pão de queijo lembra uma esfera e não uma massa disforme regular na base e completamente torta em cima.
Depois de muito discutirmos, utilizando todo um repertório teórico que os designers possuem, não fomos capazes de desvendar o que realmente aquele desenho quer representar: alguns dizem que se trata de um panetone, outros que é um chapéu de cozinheiro, mas o bem da verdade é que ninguem sabe ao certo o que se pretendia com esta forma tão inusitada.
Particularmente eu concordo com a teoria proposta por Guix, o Xavier, de que se trata nada mais nada menos de um Muffin.
Caso encerrado?
24.1.07
22.1.07
O Biquini que se joga do precipício?
Hoje gostaria de falar sobre esta bela peça de identidade visual "Kitanga". Uma loja carioca de roupas para fitness e banho.
Reparem como é interessante a composição. Os elementos distintos que pela lei de semelhança (Gestault) em suas texturas acabam, no conjunto, formando a letra "K". "K" de Kitanga provavelmente.
É notório também a forma como os elementos são separados e as pinceladas vão passando a idéia de movimento. O que é justo, já que a loja possui uma linha de roupas esportivas e para serem utilizadas ao ar livre.
Interessante também é a utilização das cores primárias que contrastando entre si que geram a idéia de uma diversidade na unidade. Provavelmente querendo mostrar ao público em geral que a marca não é só para um determinado seguimento, mas sim para todos.
A Tipografia é um espetáculo a parte. Caixa alta, sem serifo e em negrito rementendo a idéia de força. Nem se nota o contraste desta com os elementos do símbolo.
No mais é isso. Eu também prentendia, já seguindo a proposta de marcas esportivas falar sobre as identidades dos eventos esportivos mundiais. Eu ia começar a falar pela identidade visual das olimpiadas de Barcelona, mas não tenho muito a acrescentar... ah sim! É só virar a identidade anteriormente citada em 90 graus no sentido anti horário que veremos a identidade das olimpiadas de barcelona, no mesmo formato e cores. Só acrescenta a idéia de que nas olimpíadas estamos vendo um atleta provavelmente numa corrida de obstáculos. Paralelamente ao Solo. Seria a Kitanga um mergulhador suicida?
Reparem como é interessante a composição. Os elementos distintos que pela lei de semelhança (Gestault) em suas texturas acabam, no conjunto, formando a letra "K". "K" de Kitanga provavelmente.
É notório também a forma como os elementos são separados e as pinceladas vão passando a idéia de movimento. O que é justo, já que a loja possui uma linha de roupas esportivas e para serem utilizadas ao ar livre.
Interessante também é a utilização das cores primárias que contrastando entre si que geram a idéia de uma diversidade na unidade. Provavelmente querendo mostrar ao público em geral que a marca não é só para um determinado seguimento, mas sim para todos.
A Tipografia é um espetáculo a parte. Caixa alta, sem serifo e em negrito rementendo a idéia de força. Nem se nota o contraste desta com os elementos do símbolo.
No mais é isso. Eu também prentendia, já seguindo a proposta de marcas esportivas falar sobre as identidades dos eventos esportivos mundiais. Eu ia começar a falar pela identidade visual das olimpiadas de Barcelona, mas não tenho muito a acrescentar... ah sim! É só virar a identidade anteriormente citada em 90 graus no sentido anti horário que veremos a identidade das olimpiadas de barcelona, no mesmo formato e cores. Só acrescenta a idéia de que nas olimpíadas estamos vendo um atleta provavelmente numa corrida de obstáculos. Paralelamente ao Solo. Seria a Kitanga um mergulhador suicida?
18.1.07
A "novidade" dos carros compactos no Brasil...
Estava lendo recentemente notícias de jornal, quando uma reportagem falava da grande novidade que veremos nos próximos anos, a vinda de carros chineses para o Brasil. Isso não seria tão impactante, uma vez que já estamos acostumados a ver bólidos coreanos circulando por nossas ruas, e seria natural a China, uma superpotência econômica, desembarcar seus produtos aqui. A reportagem falava sobre a vinda da empresa "Chery" que traria um utilitário esportivo e a "grande revolução", um carro compacto conhecido como "Chery QQ" (não se parece com aquele tal de Pikachu?). O QQ é conhecido por ser "muito parecido", ou seja, uma suposta falsificação de uma versão menos recente do Chevrolet Spark que é um compacto da oriental Daewoo, subsidiária da GM. O Spark já é vendido pela bandeira Chevrolet aqui na América Latina em alguns países como Equador e Venezuela. A promessa do presidente da GM do Brasil é trazer o carrinho para o mercado brasileiro também, para competir com seu "menecma" chinês. Os carros compactos vendem pela praticidade, por serem "bem bolados", pelo design, afinal não tem potência de motor e nem status de riqueza, isso é terreno para outra categoria de automóveis. Isso me lembrou o europeu Smart, que faz sucesso também pelas formas e pelo aproveitamento de espaço, economia de combustível e etc... Aliás, seu nome já faz o marketing do que se propõe. Como bom designer de terras brasileiras, me lembrei imediatamente que o conceito de carro compacto não é novidade para nós, e mais, projetos brasileiros existiram e foram jogados na lama, sem nenhum incentivo. Me lembro dos carros da Gurgel, com principal destaque para o BR-800, e o projeto mais consistente da empresa, o chamado "Supermini". Lançado em 1992, o carro estava à frente do seu tempo. Um projeto de carro compacto nacional lançado 15 anos antes disso tudo virar moda! Antes do mercado brasileiro aceitar isso numa boa. A Gurgel faliu em 1994, sem receber nenhum apoio governamental, que preferiu ajudar as montadoras estrangeiras subsidiando o lançamento de seus veículos com motor 1.0. Agora os compactos estrangeiros vem com toda a pompa e com ares de novidade. Imagino como teria sido bom para engenheiros e designers brasileiros se projetos nacionais como os da Gurgel tivessem recebido apoio mais concreto.
Notícias sobre o projeto do Supermini:
http://quatrorodas.abril.com.br/classicos/brasileiros/conteudo_143471.shtml
12.1.07
Para começar, um belo prato de entrada
Caros amigos, descendentes diretos da linhagem de Walter Gropius, Peter Beherens & Cia.
Na qualidade de assinante do JB, deparei-me com essa inusitada peça que vos apresento abaixo.
O esmero comunicacional de tal peça me comoveu tanto a tal ponto que não pude deixar de compartilhá-la convosco, nobres irmãos de nossa ilustre confraria.
A peça que me refiro é o suplemento de TV do Jornal do Brasil, publicado aos 3 de dezembro de 2006 e encontra-se disponível em "fac-símile digital" (se é que isso existe!!) no endereço em http://ee.jornaldobrasil.com.br/reader/default.asp?ed=416
Observem com cuidado a peça, pois sua complexidade demanda uma análise que escape da superficialidade e adentre os obscuros terrenos não apenas do Design, como da Semiótica, análise comunicacional e até psicologia.
Embora a tarefa seja árdua, tentarei analisar alguns aspectos da peça, no entanto peço que me auxiliem e contribuam para a concretização de tão difícil empresa.
Primeiramente proponho uma análise comunicacional.
Questionem-se sobre qual é reportagem principal da revista? Qual a intenção a ser explorada? Qual o nível de dramaticidade que deve ser empregado? Como podemos ver, todas estas perguntas foram colocadas ao nosso capista que buscou o máximo de sua criatividade para exprimir com uma boa imagem todos os sentidos necessários para atingir objetiva e subjetivamente o nosso leitor.
Vejamos: o tema da reportagem é a maneira como Manoel Carlos, diga-se de passagem um brilhante dramaturgo, utiliza-se da estratégia de entregar os capítulos nas vésperas da filmagem para não apenas criar suspense, mas também se referenciar nas resposta do público à receptividade da novela.
Portanto, o nosso designer se viu na necessidade estabelecer uma mensagem visual que pudesse remeter AUTOMATICAMENTE à esta noção de frescor, de velocidade, de rapidez com a qual os capítulos chegam a mão dos atores. Obviamente, como todo bom designer, nosso artista deve ter se empenhado na criação de diversas alternativas, das mais a menos óbvias, mas o conceito que resolveu adotar não poderia se apresentar como melhor metáfora para esta situação do que... bem para aqueles que ainda não perceberam... trata-se de um pão quentinho saindo do forno.
Neste momento aconselho que retornem a imagem, e observem a clareza das informações, a maneira como o forno se faz presente na imagem e como é sagazmente utilizado, ao posicionar a marca da revista "Ponto TV" (que também merece uma análise a parte) sobre a lâmpada do forno.
O desfoque da imagem não apenas garante às imagens do primeiro plano a devida clareza, como também nos causa uma sensação de profundidade, que mesclado ao uso das cores nos cria a sensação de um ambiente profundo e quente, precisamente o que um forno é.
Agora o toque de midas fica por conta do tratamento conferido ao pão. Na dúvida de que sua metáfora não ficasse bem compreendida, nosso brilhante designer não hesitou e reforçou a mensagem de que os capítulos de Manoel Carlos são como pães, ao colocar o inédito efeito da sobreposição, mesclando texto e pão em uma singela, porém concisa, imagem. Sugiro que retornem a imagem novamente e observem como esta composição magistral entre pão e capítulo se apresenta. Vejam como ao utilizar o bom senso e o uso preciso das ferramentas de edição de imagem nosso designer conseguiu com uma imagem deixar claro tanto a imagem do pão, quanto a imagem do capítulo, para que não houvesse a menor dúvida acerca do conteúdo da imagem. A partir desta imagem, o título torna-se praticamente desnecessário, mas que por precaução não foi facilmente descartado por nosso cauteloso designer, apresentando também toda a maestria do redator ao propor "salta um capítulo fresquinho".
Para utilizar os termos do Design, vamos falar em Gestalt, ou seja, a compreensão do todo. Por este viés gostaria de chamar a atenção para maneira como a clareza da imagem do pão (fundido a o capítulo) serve para a apreensão do todo, facilitando o reconhecimento do forno e sua relação com o título de chamada ("Salta um capítulo fresquinho").
Diante de tal precisão comunicacional, facilitada por meio da construção de uma imagem clara e objetiva, mas que abre espaço às interpretações subjetivas dos leitores, reforço meu desejo de indicar esta peça como um exemplar digno de recordação para as presentes e futuras gerações.
Por enquanto me despeço, com o intuito de retornar para uma investigação ainda mais minuciosa sobre os elementos pertinentes ao Design da peça, como a utilização dos tipos e a composição da estrutura.
Saudações
Na qualidade de assinante do JB, deparei-me com essa inusitada peça que vos apresento abaixo.
O esmero comunicacional de tal peça me comoveu tanto a tal ponto que não pude deixar de compartilhá-la convosco, nobres irmãos de nossa ilustre confraria.
A peça que me refiro é o suplemento de TV do Jornal do Brasil, publicado aos 3 de dezembro de 2006 e encontra-se disponível em "fac-símile digital" (se é que isso existe!!) no endereço em http://ee.jornaldobrasil.com.br/reader/default.asp?ed=416
Observem com cuidado a peça, pois sua complexidade demanda uma análise que escape da superficialidade e adentre os obscuros terrenos não apenas do Design, como da Semiótica, análise comunicacional e até psicologia.
Embora a tarefa seja árdua, tentarei analisar alguns aspectos da peça, no entanto peço que me auxiliem e contribuam para a concretização de tão difícil empresa.
Primeiramente proponho uma análise comunicacional.
Questionem-se sobre qual é reportagem principal da revista? Qual a intenção a ser explorada? Qual o nível de dramaticidade que deve ser empregado? Como podemos ver, todas estas perguntas foram colocadas ao nosso capista que buscou o máximo de sua criatividade para exprimir com uma boa imagem todos os sentidos necessários para atingir objetiva e subjetivamente o nosso leitor.
Vejamos: o tema da reportagem é a maneira como Manoel Carlos, diga-se de passagem um brilhante dramaturgo, utiliza-se da estratégia de entregar os capítulos nas vésperas da filmagem para não apenas criar suspense, mas também se referenciar nas resposta do público à receptividade da novela.
Portanto, o nosso designer se viu na necessidade estabelecer uma mensagem visual que pudesse remeter AUTOMATICAMENTE à esta noção de frescor, de velocidade, de rapidez com a qual os capítulos chegam a mão dos atores. Obviamente, como todo bom designer, nosso artista deve ter se empenhado na criação de diversas alternativas, das mais a menos óbvias, mas o conceito que resolveu adotar não poderia se apresentar como melhor metáfora para esta situação do que... bem para aqueles que ainda não perceberam... trata-se de um pão quentinho saindo do forno.
Neste momento aconselho que retornem a imagem, e observem a clareza das informações, a maneira como o forno se faz presente na imagem e como é sagazmente utilizado, ao posicionar a marca da revista "Ponto TV" (que também merece uma análise a parte) sobre a lâmpada do forno.
O desfoque da imagem não apenas garante às imagens do primeiro plano a devida clareza, como também nos causa uma sensação de profundidade, que mesclado ao uso das cores nos cria a sensação de um ambiente profundo e quente, precisamente o que um forno é.
Agora o toque de midas fica por conta do tratamento conferido ao pão. Na dúvida de que sua metáfora não ficasse bem compreendida, nosso brilhante designer não hesitou e reforçou a mensagem de que os capítulos de Manoel Carlos são como pães, ao colocar o inédito efeito da sobreposição, mesclando texto e pão em uma singela, porém concisa, imagem. Sugiro que retornem a imagem novamente e observem como esta composição magistral entre pão e capítulo se apresenta. Vejam como ao utilizar o bom senso e o uso preciso das ferramentas de edição de imagem nosso designer conseguiu com uma imagem deixar claro tanto a imagem do pão, quanto a imagem do capítulo, para que não houvesse a menor dúvida acerca do conteúdo da imagem. A partir desta imagem, o título torna-se praticamente desnecessário, mas que por precaução não foi facilmente descartado por nosso cauteloso designer, apresentando também toda a maestria do redator ao propor "salta um capítulo fresquinho".
Para utilizar os termos do Design, vamos falar em Gestalt, ou seja, a compreensão do todo. Por este viés gostaria de chamar a atenção para maneira como a clareza da imagem do pão (fundido a o capítulo) serve para a apreensão do todo, facilitando o reconhecimento do forno e sua relação com o título de chamada ("Salta um capítulo fresquinho").
Diante de tal precisão comunicacional, facilitada por meio da construção de uma imagem clara e objetiva, mas que abre espaço às interpretações subjetivas dos leitores, reforço meu desejo de indicar esta peça como um exemplar digno de recordação para as presentes e futuras gerações.
Por enquanto me despeço, com o intuito de retornar para uma investigação ainda mais minuciosa sobre os elementos pertinentes ao Design da peça, como a utilização dos tipos e a composição da estrutura.
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